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As guerras e a compreensão do tempo

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Utilize das guerras para compreender como o tempo é historicamente construído.

Atualmente, os noticiários relatam sobre diversos conflitos militares que acontecem ao redor do mundo. Críticos, ensaístas e acadêmicos apontam que o século XX ficou marcado por diversas guerras que fizeram desse tempo um dos mais violentos de toda história da humanidade. Para certas pessoas, esse tipo de constatação estabelece um tipo de compreensão do tempo escatológica, onde a situação presente é vista em desfavor em relação ao passado.

No entanto, esse tipo de compreensão pode ser questionada por meio da análise de alguns contextos históricos que demonstram outro tipo de situação. Para tanto, o professor pode propor uma atividade onde os alunos realizem uma pesquisa buscando o depoimento de pessoas mais velhas que comparem o tempo atual com o passado com relação ao problema das guerras. Dessa maneira, os alunos partem dos depoimentos para enxergar esse tipo de compreensão do tempo.

Feita essa primeira atividade, o professor pode trabalhar com um quadro informativo trabalhando com o histórico de guerras da Europa entre os séculos XVI e XVIII. Antes disso, é importante assinalar que nesse recorte espaço-temporal o continente europeu vivia um agitado período em que os Estados-nacionais afirmavam a soberania de seus governos e disputavam diversas possessões coloniais ao redor do mundo. Com isso, podemos mostrar um contexto político nada tranqüilo no período a ser trabalhado.

Para confirmar essa perspectiva, o professor pode exibir o quadro comparativo abaixo:

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Por meio desse quadro informativo, o professor pode demonstrar que, entre os séculos XVI e XVIII, podemos perceber uma grande parcela de tempo em que as nações européias gastaram recursos financeiros e humanos na realização de guerras. Apesar de nesse contexto lidarmos com contingentes populacionais menores e tecnologia bélica menos eficaz, devemos observar como essas épocas não foram simplesmente marcadas por maior estabilidade.

Com isso, o professor mostra que essa visão que valoriza o passado em detrimento do futuro é fruto de uma construção sobre o tempo nem sempre atrelada a algum tipo de comprovação empírica. Os homens buscam respostas para o presente realizando um tipo de reconstrução do tempo por meio de questões comprometidas com o agora. Dessa forma, os alunos têm a oportunidade de compreender que o passado não está dado de forma igual a todos os homens.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola