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Condições didáticas da escrita

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Condições didáticas da escrita respondem aos seguintes elementos: o que, para que e para quem escrever.  

As dificuldades encontradas pelo professor de Redação são incontestáveis: entre elas, e talvez a que possa resumir todas as outras, está a própria repulsa pelo ato de escrever. Diante disso, inegavelmente, o que se “colhe” de todo esse processo são muitas vezes algumas mal rabiscadas linhas, isentas de quaisquer traços de organização e lógica, entre outros pormenores. Enfim, parece que o “produto final” resultou em nada mais nada menos que um simples cumprimento de um dever imposto, sem ao menos se dar conta do que estava fazendo.

O mais grave é que tal questão, caso não seja discutida e trabalhada com o intento de encontrar alternativas para que a situação seja contornada, pode se perdurar para sempre, o que pode resultar em sérias consequências para os educandos mediante um processo seletivo, como também nos demais segmentos de sua trajetória cotidiana.

Nesse sentido, uma das metodologias a serem implantadas diz respeito à forma pela qual o educador conduz sua prática pedagógica no que tange à produção textual. Falando assim, vale mencionar algumas rotineiras práticas, como por exemplo: o aluno, inserido naquela aula (a de Redação), já espera do educador algumas propostas com base nas modalidades descritivas, narrativas, e algumas vezes dissertativas, nas quais fica a critério dos aprendizes o tema que será abordado nessas produções – o que pode tolher ainda mais a capacidade imaginativa deles, visto que se sentem sem um direcionamento, sem um norte. Assim sendo, no intuito de redefinir tais propósitos, com vistas a conduzir, situar, os alunos no procedimento que realmente irão desenvolver, o artigo em questão tem por finalidade abordar algumas propostas didáticas, cujos posicionamentos tendem a revelar uma expressiva eficácia frente a essa realidade que, por vezes, parece tão desastrosa.

Para tanto, faz-se necessário voltarmos ao título do artigo, ora demarcado pelos termos “condições didáticas”. Elas, por sua vez, são demarcadas por uma boa proposta de texto, com base em propósitos comunicativos claros e definidos, de modo a fazer com que o aluno compreenda “o que”, “para que” e “para quem” está redigindo.

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Em meio a esse ínterim chegam para compor o “cenário” os diversos gêneros textuais. Todos eles, demarcados por uma intenção comunicativa, fornecerão subsídios suficientes para que tais condições didáticas sejam colocadas em prática. Dessa forma, cumpre fazer referência a algumas elucidações um tanto quanto pertinentes, assim evidenciadas:

* Ao propor a produção de uma carta endereçada a um amigo, e outra ao diretor da escola reivindicando melhorias para a quadra de esportes, os alunos terão condições de estabelecer as finalidades que nortearão seu discurso, atendendo àqueles básicos requisitos, ou seja, o que escrever, para que e para quem. Nesse conjunto de fatores entra a questão dos aspectos linguísticos, tais como o uso da modalidade padrão, com a presença ou não de uma linguagem mais pessoal, etc. No caso da carta endereçada ao diretor, impera a qualidade dos argumentos elencados, os aspectos formais, estruturalmente dizendo, entre outros elementos.

* No caso de uma proposta da construção de um jornal periódico e a construção de algumas poesias para um sarau, eles também terão a habilidade de escolher qual linguagem deve ser utilizada – se objetiva ou pautada pelo expressivo instinto de subjetividade.

* Em se tratando de textos narrativos, como contos, fábulas, apólogos, crônicas, parábolas, entre outros, cerceados por esse espírito de compreensão, os educandos constatarão a necessidade de elencar os principais elementos, tais como, personagens, tempo, espaço, narrador, discurso e enredo, tendo em vista as partes que o compõem, materializadas pela apresentação, complicação, clímax e desfecho final.    


Em face de todos esses pressupostos, presume-se que o educador, ao definir seus reais objetivos acerca do que se espera com a produção de seus alunos, sobretudo com base em propostas norteadas pela clareza da intenção comunicativa, gênero e destinatário, obterá o sucesso como retorno de sua proposta metodológica.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola