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Contos fantásticos: um convite ao sobrenatural

Sugestão de aula de Literatura através da leitura e análise de contos fantásticos.
Os contos fantásticos despertam a curiosidade dos alunos ao abordarem uma temática que nos convida a adentrar em um universo mágico e sobrenatural
Os contos fantásticos despertam a curiosidade dos alunos ao abordarem uma temática que nos convida a adentrar em um universo mágico e sobrenatural
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Professor, você já trabalhou contos em sala de aula? Se não, saiba que esse gênero literário pode ser uma excelente ferramenta de ensino.

O gênero literário conto é uma obra de ficção, ou seja, permite que uma história seja criada a partir de elementos fantásticos. O conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo, assim como os demais textos de ficção. Sua principal característica é sua extensão, pois é mais curto que uma novela ou romance, embora tenha uma estrutura bem definida, com começo, meio e fim. Justamente por essa particularidade, os contos ajustam-se às necessidades do professor de Literatura e podem gerar um maior interesse por parte dos alunos.

Geralmente, os livros literários que escolhemos não contemplam todos os gêneros, o que é incoerente, visto que abordamos os gêneros textuais diversas vezes durante o ano letivo. O ideal seria que nossos alunos fossem apresentados a todos os gêneros e, em vista da dificuldade de concretização dessa possibilidade, é importante que façamos escolhas adequadas. Trabalhar contos em sala de aula é de fundamental importância, pois são textos indispensáveis para a formação de um bom leitor.

Os contos fantásticos nem sempre são contemplados em sala de aula, o que é uma pena, pois a temática desse tipo de literatura costuma despertar enorme interesse dos alunos. A literatura fantástica ousa subverter até mesmo a mais inventiva das narrativas, abusando do sobrenatural e do impalpável. Devemos ressaltar que o vocábulo “fantástico” não está associado apenas às ideias de fantasia e imaginação, mas também aquilo que é considerado como misterioso, sobrenatural e até mesmo grotesco. Mestres como Edgar Allan Poe criaram contos que ficaram perpetuados na história da literatura mundial, como “A queda da casa de Usher”, “O gato preto”, “O barril de amontillado”, “Manuscrito encontrado numa garrafa”, entre tantos outros considerados obras-primas do terror. No Brasil, nomes como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Rubião, Moacyr Scliar e Lygia Fagundes Telles produziram contos classificados como alegóricos. De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra alegoria significa: “Simbolismo concreto que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda a um elemento significado ou simbolizado”.

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Sugiro que você, professor ou professora, faça uma pesquisa com seus alunos sobre contos fantásticos. Peça que os alunos façam uma pré-seleção dos contos que serão lidos e analisados em sala de aula. Faça apontamentos que mostrem para a turma as principais características da literatura fantástica e, já nos primeiros momentos, você provavelmente perceberá o encantamento dos alunos com a perspectiva mágica e sobrenatural presente nos textos. Como proposta de aula, sugiro o texto “Flor, telefone, moça”, de Carlos Drummond de Andrade, disponível em áudio neste link.

No conto em questão, é possível observar características importantes daquilo que conhecemos como conto fantástico. Você pode fazer uma leitura dramatizada com seus alunos, pois ela é importante para o processo de familiarização e assimilação do tema abordado. Feita a leitura, aborde a estrutura do gênero conto e depois fale das especificidades inerentes à literatura fantástica. Outros contos também poderão ser utilizados, priorize as escolhas dos alunos, desde que elas estejam adequadas à proposta de ensino. Você poderá também levar os vídeos disponíveis no site da TV Cultura. São vídeos em que vários atores fazem a leitura dramatizada de alguns dos mais celebrados contos fantásticos da Literatura brasileira. A proposta não se limita a uma ou duas aulas, pois pode se estender de acordo com a necessidade e interesse da turma. Ao final desse processo, você pode sugerir aos seus alunos que escrevam seus próprios contos. Tenho certeza de que você se surpreenderá com os resultados!


Por Luana Castro
​Graduada em Letras