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Explicando sobre Morte

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Rodas de conversa, aconchego e carinho
ajudam a superar a dor da perda

Não adianta, falar sobre morte com crianças é um tema inevitável. Sempre presenciamos casos de falecimento nas famílias de estudantes, e a dor da perda precisa de momentos de reflexão para ser superada.

Trabalhar com um projeto sobre o assunto pode trazer grandes benefícios, mesmo que não estejam passando pelo problema, mas como forma de preparar os pequenos para o assunto.

Independente da série, a morte deve ser encarada, pois são vários os fatores que podem acometer uma pessoa: doenças, velhice, acidentes, assaltos, fatalidades do mundo moderno.

Além de pessoas, os animais de estimação estão presentes em muitos lares, sendo as crianças as que mais sofrem com as perdas dos bichanos.

Em roda de conversa, expor o assunto é uma forma de identificar quais os conceitos que seus alunos possuem, se já perderam algum ente querido, como encaram a morte, o que se pode fazer para confortar alguém que está sofrendo uma perda, etc.

Dependendo do contexto social em que os alunos vivem, podemos saber se estão acostumados ou não a lidar com a morte. Normalmente crianças e jovens que vivem na periferia, lidam melhor com o assunto, pois a violência nessas regiões é fato corriqueiro.

A forma de reagir diante da situação é que pode variar de pessoa para pessoa. Algumas manifestam com o silêncio, não querendo a presença de ninguém; outras choram compulsivamente, não conseguindo se tranquilizar, não percebendo possibilidades de viver sem a pessoa (ou animal) que se foi; é normal também que aconteçam casos de agressividade em excesso, como se as outras pessoas fossem as culpadas pela perda; o medo também pode aparecer.

Independente da reação, é importante que as manifestações sejam respeitadas, em face do momento de sofrimento e de dor, mas os excessos devem ser controlados através do aconchego e do carinho.

Os professores podem ajudar, compartilhando a dor com o aluno, explicando que está a par da situação que o mesmo está passando e questionando se ele quer compartilhar sua dor com a turma, se quer contar ou que o professor fale. Caso o mesmo não queira, o melhor a fazer é respeitar a vontade do aluno, deixando-o quietinho, sem forçá-lo a participar das atividades, mas dando-lhe atenção.

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Almofadas com carinhas podem ajudar bastante. Em tecido preto, podem montar um conjunto com as seguintes expressões: triste, chorando, alegre, desconfiado, com medo, bravo, dentre outras. Com as mesmas, a criança que tem mais dificuldade em expor seus sentimentos pode escolher uma que represente o que está sentindo.

Outra forma de aliviar o sentimento é dando folhas para desenho livre. Nessas, a criança pode representar o que sente até mesmo pelas cores que usa. As cores escuras caracterizam agressividade, medo ou insegurança, mas essa é uma ótima forma de por para fora os sentimentos que incomodam.

Se a criança preferir compartilhar o sofrimento, melhor. Chame a turma para sentar em roda, pois tem um assunto sério para tratar. Exponha a verdade para a classe e deixe que cada um se manifeste com palavras de carinho ao sentimento do colega. É incrível, mas as crianças e os adolescentes são muito solidários, falam coisas lindíssimas e chegam a chorar junto com o amigo que sofre.

Algumas histórias da Disney tratam do tema e podem ajudar a confortar. O Rei Leão é uma delas, onde o filho perde seu pai de forma trágica. Bambi também retrata a morte, porém da mãe. Além desses, existem vários livros que abordam o assunto, basta dar uma pesquisada em uma boa livraria.

Se a criança ou adolescente se tornar agressivo, jamais incentive o revide, pois a agressividade do mesmo é uma manifestação de dor, da frustração pela perda, de insegurança. Procure tranquilizá-lo dando um forte abraço e dizendo que você está ali para ajudá-lo. Disponha sempre de muita paciência, atenção e carinho.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola