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Fundamentos do anarquismo

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O anarquismo prega a oposição a todo o tipo de autoridade política e religiosa.

Ao explicar a significação de alguns conceitos, muitos professores se deparam com as apropriações diversas reservadas a uma mesma palavra. Ao invés de manifestar um problema, esse tipo de situação pode ser uma grande oportunidade para que um novo conteúdo seja apresentado. Nesse caso, inicie a sua aula pedindo que os alunos indiquem os sinônimos disponíveis para a palavra “anarquia”. À medida que cada opinião se manifesta, anote a explicação oferecida pelo aluno.

Superada essa primeira etapa do trabalho, pergunte aos alunos qual seria então o significado da palavra “anarquismo”. Naturalmente, vários alunos tendem a explicar a palavra com base nas compreensões inicialmente recolhidas. Após conceder espaço para os alunos, realize o desmembramento da palavra e indique o seu significado original. Dessa forma, a classe é apresentada à outra compreensão em que “anarquismo” corresponde à “ausência de governantes”.

Enfocando as desigualdades do sistema capitalista como elemento fundador deste pensamento político, o professor pode salientar os valores anarquistas por meio de uma interessante citação de 1883. Na chamada “Declaração dos Anarquistas”, temos a presença da seguinte explicação:

“Os anarquistas, senhores, são cidadãos que, em um século em que se prega por toda a parte a liberdade das opiniões, acreditam ser seu dever recomendar a liberdade ilimitada. [...] Os anarquistas propõem-se, pois, a ensinar ao povo a viver sem governo, da mesma forma como ele começa a aprender a viver sem Deus”

Por meio desse documento, o professor pode expor inicialmente o contexto histórico em que as manifestações anarquistas se desenvolveram. Ao destacar que viviam em uma época cingida pela “liberdade das opiniões”, o texto nos revela a predominância do pensamento liberal naquele momento. Dialogando com esta corrente de pensamento, o autor do texto defende que as liberdades devem ser radicalmente defendidas, sem que não haja nenhum tipo de restrição.

Nesse sentido, acredita-se na possibilidade de ensinar o povo a viver “sem governo” e “sem religião”. Apesar de não fazer uma menção mais profunda sobre a crítica à propriedade privada, esse documento permite ao professor debater sobre a reação das instituições religiosas para com o movimento anarquista. Dessa forma, abrem-se portas para que se possa também falar sobre o socialismo cristão e as outras diversas ideologias que movimentaram o século XIX.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola