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Persépolis e a Revolução Iraniana

Com o livro Persépolis, de Marjane Satrapi, é possível ao professor trabalhar de forma descontraída as alterações no comportamento social impostas após a Revolução Iraniana.
Selo representando o Aiatolá Khomeini.*
Selo representando o Aiatolá Khomeini.*
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Uma interessante forma de trabalhar a História da Revolução Iraniana de 1979 pode ser encontrada no romance escrito por Marjane Satrapi, na forma da história em quadrinhos (HQ) Persépolis. A história autobiográfica de Marjane Satrapi possibilita ao professor de história trabalhar com os alunos as profundas transformações ocorridas na sociedade iraniana após a revolução islâmica comandada pelo Aiatolá Khomeini.

A utilização da linguagem de HQ possibilita que a história seja contada de forma mais descontraída, tanto no que se refere ao processo histórico iraniano quanto aos fatos ocorridos na vida de Satrapi, o que pode estimular mais os alunos a estudarem o tema.

Nascida em 1969, Satrapi conta sua história até 1994, quando mudou pela segunda vez do Irã com destino à Europa. Antes disso, ela narra, a partir da relação com sua politizada família, a percepção e o modo pelo qual ela via e entendia sobre os acontecimentos relacionais à derrubada do Xá Reza Pahlavi, em 1979, e a subida ao poder dos líderes xiitas.

Dessa forma, a história da civilização Persa e, principalmente, do Irã no século XX preenche os quadros da HQ, evidenciando as transformações sociais e de comportamento ocorridas após a chegada dos xiitas ao poder.

A utilização do véu pelas mulheres, os novos conteúdos ensinados nas escolas, a perseguição política aos opositores do regime e as consequências da Guerra Irã-Iraque são tratados pela autora com um aguçado senso de humor em muitas passagens. Uma perspectiva feminista de oposição à opressão sofrida pelas mulheres no país do Oriente Médio é constantemente referenciada no livro.

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A importância do estudo da Revolução Iraniana serve também para se debater a situação atual do país, que continua controlado pelos islâmicos, e como ele se transformou em uma peça importante no xadrez geopolítico do Oriente Médio. A leitura do livro possibilita ainda entender os motivos que levaram o Estado Iraniano a se opor aos EUA e ser, nos dias atuais, alvo de sanções econômicas, principalmente após o desenvolvimento de um projeto energético nuclear.

Uma forma de avaliação a ser usada com os alunos pode consistir no apontamento dos elementos referentes a três aspectos presentes no livro: as transformações no comportamento social dos iranianos, após a subida ao poder dos islâmicos; os fatos históricos do processo revolucionário e as consequências no cenário geopolítico da região, bem como os motivos que levaram o regime dos Aiatolás a se afastar dos EUA. Essa avaliação pode ser entregue na forma de um pequeno texto em que ocorra o apontamento desses elementos.

Caso existam dificuldades no acesso ao livro, é possível ao professor utilizar o filme Persépolis, lançado em 2007, tendo como uma de suas promotoras a própria Marjane Satrapi.

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* Crédito da Imagem: MarkauMark e Shutterstock.com


Por Tales Pinto
Graduado em História