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Pintura rupestre em sala de aula

O trabalho em sala de aula com pintura rupestre proporciona ao professor estimular o estudo do passado, através da produção de fontes históricas e de uma atividade lúdica.
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Uma forma de trabalhar o conteúdo de Pré-história com os alunos do 6º ano do ensino fundamental pode ser através de uma atividade lúdica relacionada às pinturas rupestres. Com a utilização de duas aulas, bons resultados podem ser obtidos na execução da atividade com os alunos.

As pinturas rupestres, como expressão artística de povos do passado, podem ser úteis à análise de fontes históricas
As pinturas rupestres, como expressão artística de povos do passado, podem ser úteis à análise de fontes históricas

O objetivo principal da aula é apresentar as formas de vida durante a Pré-história e o problema do próprio termo Pré-história, ligado à definição realizada pelos historiadores do século XIX de que só haveria história depois da utilização da escrita. A produção da pintura pode servir como exemplo de produção de fonte histórica distinta da escrita, como as imagens, e possibilita ainda ao professor conduzir a atividade no sentido de estimular a produção de imagens a partir de fatos do cotidiano dos alunos, simulando uma fonte histórica. Posteriormente à produção das imagens, a orientação é realizar uma análise comparativa entre imagens pré-históricas e as produzidas pelos alunos como base para o debate reflexivo sobre as formas de vida dos homens pré-históricos e as fontes históricas utilizadas pelo historiador.

Na primeira aula, faça uma pequena introdução da proposta pedagógica, apresentando sucintamente as pinturas rupestres como expressão artística anterior à invenção da escrita. Explique ainda que o objetivo é que os alunos exponham elementos de seu cotidiano através de pinturas. Divida a turma em pequenos grupos para também poder utilizar a proposta como prática de trabalho coletivo. Depois de distribuídos, entregue aos grupos uma folha retangular (100 cm X 60 cm) de papel pardo, além de giz de cera de cores variadas e carvão. Assim, há uma aproximação com a superfície utilizada nas expressões rupestres e também com os materiais utilizados naquele período histórico da humanidade. Ao final da aula, recolha os materiais.

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Na segunda aula, o objetivo será realizar a comparação entre a produção dos alunos e a produção artística rupestre. Dessa forma, além do material utilizado pelos alunos, o aluno irá necessitar de alguma forma de projeção das imagens das pinturas rupestres. Uma fonte das imagens pode ser encontrada em pesquisa sobre a Caverna de Lascaux, na França. Peça que cada grupo apresente sua produção, demonstrando os elementos representados. Posteriormente, apresente as pinturas rupestres, estimulando o apontamento das diferenças entre as produções. Durante o debate que surgir, vá discorrendo sobre o significado das pinturas para os seres humanos daquele período.

Segundo Rainer Sousa, pode-se “perceber que a arte rupestre conta com motivos de feição naturalista, onde temos a presença constante de seres humanos e animais. Os homens rupestres são costumeiramente representados de forma isolada ou realizando algum tipo de ação coletiva, como o momento da caça, o parto de uma criança ou o intercurso sexual. Entre os animais, temos a predominância daqueles que serviam como alimento ou atacavam algum espaço habitado por homens”. Nesse sentido, o professor pode levar os alunos a discorrerem e analisarem o cotidiano desses homens que viveram no Paleolítico e no Neolítico, além de suas práticas de vida individual e coletiva, que giravam essencialmente na luta pela sobrevivência. Em volta desses temas, mas não exclusivamente, tem-se a necessidade de apresentar também os temas religiosos e também referir-se à criação artística do período como processos de abstrações da vida social, evidenciando uma complexidade no entendimento das condições de vida a que estavam submetidos.

Entretanto, a proposta é que a comparação se restrinja ao conteúdo temático, pois na produção artística rupestre havia desenvolvimento de técnicas de pinturas. Como afirma Lilian Aguiar, “os homens pré-históricos utilizaram técnicas de sombreamento e perspectiva que só foram utilizadas milhares de anos depois, mais especificamente na época da Renascença”, o que impede a comparação, na técnica artística, aos desenhos feitos por crianças


Por Tales Pinto
Graduado em História