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Os bárbaros, os germânicos e as palavras

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A cultura germânica foi marcada apenas por seu militarismo?

Todo termo tem sua história. Nesse aspecto, muitas das palavras cotidianamente empregadas em livros didáticos, obras literárias ou na fala do dia-a-dia constituem um elemento vivo dos valores de uma cultura. Ao falarmos uma determinada palavra, vem junto dos sons um conjunto de idéias acionadas por meio de uma bagagem de idéias compartilhadas pelos homens de um determinado tempo.

Adotando essa idéia inicial, o professor pode começar um interessante debate sobre o contato dos povos romanos e germânicos. Para isso, os alunos poderiam ser convidados a definir o significado da palavra “bárbaro”. Anotando cada uma das formulações dos alunos participantes, o professor deixaria registrado no quadro-giz as diferentes significações oferecidas pelos seus alunos.

Em um segundo momento, a aula poderia contar com algum tipo de fonte informativa. Utilizando como referência os aspectos gerais dos povos germânicos, o professor ofereceria alguns dados interessantes sobre os alamanos, ostrogodos ou anglo-saxões. Sem revelar a origem da população estudada, os alunos poderiam manifestar suas impressões iniciais sobre a “misteriosa civilização”.

Depois de destacar e debater a opinião de cada um dos alunos, o professor oferece uma breve explicação onde destaca que o povo estudado era chamado de “bárbaros” pelos romanos. Isso porque o termo “bárbaro” durante a Idade Antiga era uma expressão que os romanos utilizavam para distinguir todo aquele povo que não fosse capaz de falar o latim ou partilhar dos valores da cultura romana.

A partir de então, as duas significações empregadas para o termo “bárbaro” podem ser colocadas em contraponto. Os valores de um determinado termo, com isso, são expostos enquanto sujeitos a uma alteração de ordem histórica. Sendo assim, o negativismo histórico dado ao período medieval (principalmente quando chamado de “Idade das Trevas”) é uma fonte de explicação para a mudança na significação da palavra “bárbaro”.

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Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola