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Professor bonzinho e a indisciplina

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Relação professor-aluno
Relação professor-aluno

Um professor bonzinho, o amigão da turma, consegue manter o respeito e a organização em sala de aula? Em outras palavras, professores bonzinhos geram alunos indisciplinados? Esta é uma das análises feitas no livro de Celso Antunes “Professor Bonzinho = aluno difícil, A questão da indisciplina em sala de aula” (2006).

Em grande parte, esta postura de professor bonzinho é recorrente para a maioria dos professores que inicia sua carreira docente. Mas o que define este professor bonzinho? Quais são as atitudes de um professor bonzinho que põe em xeque o processo a ser realizado na sala de aula? Estas perguntas se tornam pertinentes, pois ao se perceber que professores bonzinhos podem resultar em alunos difíceis, pode-se ter a ideia errada de que seria necessário assumir a postura de um professor carrasco, malvado, “com cara de poucos amigos”.

O problema, na maioria das vezes, não está em ser o professor bem-humorado, aquele que busca uma aula descontraída e divertida, mas sim na falta de definição de regras e condutas desejáveis para o bom caminhar das aulas. Por mais que durante as aulas ocorra a reflexão quanto à postura que os alunos apresentam, pode-se tornar difícil a tarefa de reverter a concepção que os alunos têm da falta de regras preestabelecidas.

Dessa forma, a leitura da obra de Celso Antunes é de grande ajuda para os educadores que passam por situações como esta, uma vez que ele faz uma reflexão quanto às posturas que um professor assume, que levam à indisciplina dos alunos e ainda mostra algumas ideias que podem auxiliar o professor no dia a dia. Todas elas são importantes para o processo de ensino e aprendizagem, no entanto serão citadas apenas algumas que corroboram este artigo.

• Definir de forma clara as regras disciplinares.

• Estabelecer, se possível em consenso com os alunos, os limites desejáveis das condutas e cobrá-los sempre de maneira imediata e coerente.

• Cobrar, com firmeza, mas sempre com bom humor (quando possível), a colaboração de todos e ser um árbitro sereno no cumprimento das regras de conduta acordadas com a classe.

• Analisar com calma as razões que podem levar alunos ao desinteresse ou à indisciplina e discutir com eles essa postura.

• Cuidar da sua apresentação, dignificando a importância e até o sentido do ato pedagógico.

• Concluir a aula de maneira amistosa e bem-humorada.

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Portanto, não é necessário aderir a filosofia de professores carrascos, de cara feia, mal-humorados, para obter a disciplina e atenção dos alunos, pois a relação professor-aluno é de fundamental importância na construção de um ambiente disciplinado. Para isso, por parte dos educadores, é preciso uma constante reflexão quanto ao que decorre na sala de aula, além da exposição clara das regras e atitudes dos alunos, afinal, o papel do educador em sala de aula é o de ensinar e não o de criar alunos “robotizados”.



Por Gabriel Alessandro de Oliveira
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola