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Tato

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 Graças ao tato, deficientes visuais podem ler com destreza.
Graças ao tato, deficientes visuais podem ler com destreza.

Quando o assunto é cinco sentidos, geralmente o professor de Ciências não apresenta dificuldades para falar sobre a visão, o olfato, a audição e o paladar, associando-os a regiões específicas do corpo (na ordem em questão, olhos, nariz, ouvidos e língua, respectivamente). No entanto, o mesmo não acontece quando falamos do tato.

A dificuldade em definir o tato, provavelmente, é porque se trata de um sentido que não se restringe somente a uma ou duas regiões do corpo. Temos sensações táteis não somente com as mãos, mas com diferentes regiões da pele, inclusive com as estruturas relacionadas diretamente aos outros quatro sentidos.

Se colocarmos um cotonete no ouvido, por exemplo, temos uma sensação específica, e que é bem diferente da que teríamos se, ao invés dele, fosse introduzido um palito de fósforo – que, por sua vez, forneceria uma sensação distinta da que um palito de dente provocaria.

Outra questão é que o tato não define somente um tipo de sensação: se está frio ou quente, por exemplo. Ele nos dá a capacidade de diferenciar se algo é liso ou rugoso; macio ou duro; leve ou pesado; molhado ou seco; etc. Além disso, com ele podemos ter sensação agradáveis, como a que sentimos quando recebemos um afago; ou ruins, como quando adquirimos um arranhão.

Considerando tais aspectos, propõe-se uma abordagem diferenciada para se trabalhar os cinco sentidos, mais especificamente o tato.

A primeira medida é considerar este sentido como o primeiro a ser trabalhado com os alunos. Isso porque, ao aprenderem sobre ele, terão mais facilidade em desenvolver bem os outros quatro. Outro motivo é que, mesmo com o foco no tato, os educandos terão condições de ter contato com os outros sentidos – o que é algo bastante válido.

Para a aula introdutória sobre os cinco sentidos, leve diferentes objetos, materiais e substâncias que podem proporcionar sensações táteis diversas. Não se esqueça daquelas que podem também despertar os outros sentidos.

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Algumas sugestões:

- Chocalho
- Bombom com embalagem
- Palito de dente
- Moeda
- Lixa
- Borracha
- Sabonete
- Bichinho de pelúcia
- Pedaço de madeira
- Massinha

Peça para que os alunos tenham contato com cada um desses itens, descrevendo cada objeto e o que sentem ao terem contato com ele. Anote no quadro as informações recebidas.

Com base no que foi dito pelos alunos, fale um pouco sobre o tato; apontando, dentre os itens listados, quais estão diretamente ligados a ele.

Exponha o fato de que ele é sentido, principalmente, pela nossa pele, sendo por esse motivo que podemos ter diversas sensações táteis, em partes diferentes do corpo. Não se esqueça também de frisar a sua importância, como a proteção de nossa integridade física, uma vez que, com ele, podemos sentir, por exemplo, quando um mosquito pousa em nossa pele; ou quando encostamos em uma panela quente. Além disso, graças ao tato, pessoas com deficiência visual são capazes de interpretar o ambiente em que estão com bastante agilidade e sensibilidade; e podem ler, pelo método Braille.

Após esse momento, explique sobre os quatro outros sentidos, exemplificando cada um deles de acordo com as sensações que tiveram. Uma boa dica é fazer a leitura do texto “Órgãos dos sentidos”, do site Escola Kids. Dependendo da série, ela pode ser feita em voz alta, com cada aluno lendo um trecho, em sequência; ou em grupos.

Encerrando a leitura, e depois de discutir aspectos que se mostraram relevantes; peça para que identifiquem outras sensações que podem ter com os mesmos itens levados por você (o sabonete é cheiroso, o bombom é gostoso, a moeda é prateada, o chocalho é barulhento...).

Para finalizar, peça para que cada um deles escreva sobre cada um dos cinco sentidos, fornecendo novos exemplos.


Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental
Equipe Brasil Escola