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Existem momentos na vida em que não da para entender qual o papel da família na educação e na formação de seus filhos. Vemos constantemente incentivando e concordando com atitudes que não acrescentam nada aos jovens ou mesmo crianças e que prejudicam a formação de sua ética e moral.
Ando assustada com a questão dos valores para a formação desses jovens, no que diz respeito às mentiras, pequenos furtos e trapaças. E isso acontece nas pequenas coisas, nas atitudes do dia-a-dia, nos exemplos que os pais dão. Quem nunca ouviu a história da família que vai a um restaurante onde crianças até dez anos pagam somente a metade e, na hora de pagar a conta, o pai mente sobre a idade de algum de seus filhos, querendo tirar proveito da situação? Que exemplo é esse, que formação esse pai está dando para seu filho? Dessa forma os filhos vão internalizando esses conceitos, que mesmo estando corretos para a família, não o são perante a sociedade.
Outro dia, num shopping, presenciei um caso em que um jovem de mais ou menos doze anos havia encontrado um celular. Foi correndo mostrar para seus pais, que nada fizeram a não ser mandar que o filho guardasse depressa o objeto, para depois, em casa, trocarem o chip. Espantou-me tal atitude, pois seria um momento oportuno para se ensinar que não subtraímos objetos alheios e que, mesmo tendo achado, deveriam tentar encontrar o dono.
Crianças que internalizaram conceitos violentos
Como educadora não consigo entender uma atitude medíocre dessas, advinda da família, prejudicando a formação do caráter desse pequeno jovem. Na minha concepção, o correto seria procurar no celular um número que pudesse encontrar o dono do mesmo, ou até entregá-lo na administração do shopping, mas jamais ficar com algo que não lhes pertencia. Esse seria o momento para aprender valores morais que ficariam em sua formação para toda a vida como “liberdade, respeito, igualdade, justiça e dignidade”, pois jovem “precisa de referência de autoridade, de proteção, de confiança”.
Porém, através dessas tristes atitudes a formação vai ficando comprometida, e o adolescente, inseguro, achando-se dono do mundo, poderá interessar-se por pequenos furtos, mentiras mais sérias e, porque não, a ludibriar os pais para tirar proveito de situações que favoreçam a si próprio. Daí pode interessar-se por experimentar momentos mais emocionantes, com coisas que o levem a manter um nível alto de ansiedade como no momento da mentira, chegando a procurar as drogas e envolver-se num mundo em que a ética e a moral não existem.
Já na escola, esta “ajuda a formar pessoas capazes de resolver conflitos coletivamente, não como conteúdo didático, mas principalmente no convívio diário dentro da instituição”, mas isso acontece quando a família atua em parceria, com os mesmos princípios, buscando os mesmos valores humanos e de formação.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola