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A utilização de manifestações culturais populares para o debate sobre alguns temas do passado vem sendo uma prática bastante comum entre os professores de História interessados em dinamizar o processo de aprendizagem em sala. Preferencialmente, o cinema tem uma posição de destaque entre as outras manifestações que abrem caminho para este tipo de proposta inovadora.
Apesar de interessante, sabemos que o trabalho com os filmes deve passar por um rigoroso critério que não deixe perder de vista o sentido didático daquele material oferecido. Particularmente, destacamos que o uso de aulas inteiras para a exibição de um filme acaba levando muitos alunos a confundirem o momento de aprendizado com o momento de lazer. Por isso, propomos um modelo de trabalho que pode evitar esse tipo de problema e gerar bons frutos.
Como exemplo, trabalharemos aqui com o filme “300”, do diretor Zack Snyder, exibido nos cinemas em 2007. Por meio dessa obra de ficção inspirada nos quadrinhos do desenhista Frank Miller, o professor pode desenvolver uma instigante atividade que explore alguns aspectos peculiares da cultura e da educação dos espartanos. Para isso, sugerimos que o docente selecione primeiramente algumas passagens que julgue ser mais interessante para a aula.
A cada trecho selecionado, aconselhamos a anotação do período em que o mesmo aparecer no timer do aparelho reprodutor de vídeo. Em sala, o professor deve explicar à turma que serão exibidos um número “x” de cenas e que cada uma delas corresponde a uma característica distinta da cultura espartana. Dessa forma, deixando tempo para duas ou três repetições dos trechos, cada aluno deve explicar com suas próprias palavras qual aspecto da cultura espartana foi prestigiado na cena exibida.
Não restringindo a atividade à análise, abra espaço para outras questões onde eles possam, por exemplo, dizer e justificar qual traço da cultura espartana mais o interessou. Com isso, eles têm a oportunidade de exercitar sua opinião sobre aquilo que é ensinado em sala de aula. Passada a exibição, reserve um prazo para que cada aluno possa corrigir e completar algum detalhe da sua produção textual. Em uma aula posterior, dedique algum tempo à livre leitura de algumas produções individuais.
Por meio dessa proposição, o trabalho com filme pode gerar uma atividade avaliativa bastante promissora. Além disso, com a devida preparação e planejamento, o professor evita os tão corriqueiros incômodos que sempre atrapalham o desenvolvimento de uma aula que opta pelo uso de recursos audiovisuais.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola