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Desde muito tempo, o cinema tem por hábito utilizar de fatos históricos para elaborar filmes que relatam a vida de uma personagem ou alguma época. A cada ano que passa, os efeitos de imagem e outros aparatos técnicos tentam passar uma impressão realista que dá ao telespectador uma impressão de estar observando o passado como ele “realmente aconteceu”. Contudo, não podemos achar que essa pretensa fidelidade aos tempos remotos realmente se faz presente nesse tipo de entretenimento.
Para trabalhar os limites que um filme histórico possui, recomendamos que o professor reproduza algumas cenas do filme “O Gladiador” em sala. Depois de mostrar o filme, procure na classe se algum aluno já viu o filme e pergunte ao mesmo quais são as situações do filme que mais lhe chamaram a atenção. Por meio desses elementos, o professor pode indicar quais tipos de cena e comportamento uma superprodução cinematográfica costuma privilegiar.
Depois disso, caso julgue necessário, discuta com os alunos se realmente seria possível que um ator contemporâneo pudesse reproduzir fielmente os comportamentos e falas de uma pessoas que viveu há vários séculos. Partindo desses questionamentos, demonstre aos alunos que o filme, mesmo que quisesse, não poderia transformar o passado em uma realidade presente na tela de cinema. Para isso, trabalhe com textos capazes de colocar em dúvida aquilo que aparece na tela.
Como sugestão, indicamos que o professor organize um material em texto reproduzindo a notícia “Gladiadores gordinhos”, encontrada na revista “Aventuras na História”, de dezembro de 2006. Nesse material, temos uma ampla variedade de informações que debatem a condição física dos gladiadores romanos. Por meio do entrecruzamento de informações, o conteúdo da revista demonstra que os gladiadores romanos tinham estatura mediana e não tinham uma forma física aprimorada.
Além disso, a mesma matéria discorre sobre a organização dos confrontos na arena dizendo que existiam regras que orientavam o combate a ser exibido. Os oponentes e armas variavam de acordo com o tipo de luta e lutadores envolvidos. Dessa forma, a violência e a intensidade dos confrontos demonstrados no filme do diretor Ridley Scott não reflete os vários indícios historicamente comprovados pela pesquisa de vários especialistas no assunto.
Para finalizar essa atividade, caso seja apropriado para o trabalho da turma em questão, peça para que os alunos façam um cartaz realizando uma contraposição entre os gladiadores do cinema e os gladiadores encontrados pela pesquisa histórica. Por meio de uma atividade que permite um trabalho interdisciplinar, os alunos podem reproduzir as discrepâncias existentes entre as telas de cinema e o passado.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola