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A mineração e o Brasil Colônia

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A economia mineradora foi marcada pelos signos da miséria e da exploração.

Quando estudamos o desenvolvimento da economia mineradora no Brasil Colônia, muitos abraçam a ideia de que esta atividade se transformou na grande solução para a crise enfrentada na exportação açucareira. Indo um pouco mais adiante nesse tipo de argumentação, a descoberta do ouro se transforma em um tempo de prosperidade onde várias cidades aparecem no mapa colonial e uma economia interna passa a se tornar cada vez mais complexa.

Muitas vezes os alunos, ou alguns professores, abraçam uma perspectiva romântica onde a mineração se transforma em sinônimo de prosperidade. Em certa medida, a lógica de exploração colonial parece se esvanecer em meio aos arraiais, igrejas e tropeiros que passam a incorporar esse novo cenário. Dessa forma, ocupando a função de se questionar o passado, é importante mostrar aos alunos que a mineração não pode ser transformada em um mar de rosas material e econômico.

Para tanto, indicamos a demonstração de um trecho da obra “Opulência e miséria das Minas Gerais” da historiadora Laura de Mello e Souza. Abordando um quadro social mais amplo da época, no qual ela faz a seguinte constatação:

“Quando a capitania das Minas Gerais conhecia o seu apogeu, milhares de homens viviam na miséria, passavam fome, vagavam sem destino pelos arraiais, tristes frutos deteriorados de um sistema econômico doente e de uma estrutura de poder violenta. Da riqueza extraída das Minas, quase tudo ia para a Metrópole, onde se consumia em gastos suntuários, em construções monumentais (...),no pagamento das importações de que Portugal necessitava.”

Ao fazer a leitura do trecho com a turma, podemos indicar que a historiadora argumenta que a exploração do ouro foi um tempo marcado pela miséria de vários homens. Visando aguçar a capacidade de interpretação dos alunos, o professor pode requerer à turma, a identificação do destino que a riqueza extraída do Brasil levava. Fazendo a leitura do próprio trecho, o aluno pode identificar que a riqueza do ouro era empregada na realização de “construções monumentais” e “gastos suntuários”.

Finalizando a exploração do documento, o professor pode encomendar uma pesquisa em que os alunos – individualmente ou organizados em grupos – apontem os impostos cobrados por Portugal em cima da atividade mineradora e os mecanismos de fiscalização empregados na época. Com isso, a turma pode ver claramente a faceta em que a mineração fomentou a miséria e a opressão nas regiões onde várias remessas de ouro eram extraídas.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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