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Ao estudar os conflitos que marcam a Segunda Guerra Mundial, o professor usualmente assinala todo o processo que permitiu o notável avanço militar da Alemanha Nazista durante o conflito. Apontando a teoria do “espaço vital” do pensamento nazista, o incentivo à industria bélica e as ações expansionistas de Adolf Hitler, o professor repassa aos alunos importantes fatores explicativos que justificam tal situação. Contudo, a resistência do avanço nazista nem sempre é explorada.
Para dar espaço a essa questão, o professor deve salientar que o grande poderio bélico alemão não podia ser aparentemente superado pelas demais nações européias da época. Em contrapartida, o controle sobre outras tecnologias foi uma vantagem que pode superar as violentas ofensivas promovidas pelo exército nazista. Para exemplificar esse tipo de situação, podemos nos utilizar da ocupação feita pela Alemanha à Inglaterra durante esse conflito.
Depois de conseguir invadir o território francês, Hitler e seus comandados aproveitaram a fragilidade militar de seus inimigos para controlar a Inglaterra. Segundo a perspectiva defendida pelo Plano Schlieffen, os alemães poderiam vencer a guerra controlando primeiramente toda a porção ocidental da Europa, para só depois estabelecer uma nova frente de batalha no Leste Europeu. No entanto, os nazistas não esperavam perder as batalhas que ameaçaram seriamente a hegemonia territorial inglesa.
A inesperada vitória dos britânicos abriu caminho para uma vindoura derrocada ao Exército Alemão que, a partir de 1943, não resistiu à força de seus inimigos. Contudo, a vitória inglesa consolidou um evento de valor histórico capaz de reforçar o sentimento nacional britânico e o triunfo bélico de suas defesas militares. Segundo o pesquisador Marco Chiaretti, a vitória dos britânicos pode ser explicada pela eficiência de seus radares e pela singular agilidade dos aviões “Spitfire” e “Hurricane”.
De fato, a resistência inglesa se tornou um fato memorável para a nação britânica e acabou sendo alvo de menções que exaltam o feito dos militares ingleses. Para demonstrar que o orgulho ufanista desta vitória militar se consolidou ao logo do tempo, o professor pode trabalhar com a canção “Aces High” (1984) da banda britânica Iron Maiden. Por meio dessa canção é possível realizar um interessante trabalho interdisciplinar, com o auxílio do professor de Língua Estrangeira, por meio da tradução e análise da letra.
Nessa canção, o professor pode explorar o esforço criativo da banda voltado para a construção de uma narrativa onde os combatentes da “Royal Air Force” – Força Aérea Real – são descritos como combatentes ágeis que agem ao menor sinal dos radares antiaéreos que detectavam a chegada dos aviões germânicos. Além disso, existe uma explícita contextualização onde a letra fala do eminente ataque os aviões “Spitfire” britânicos contra os “ME-19” que integravam a força aérea alemã.
Por meio deste recurso, os alunos podem ter uma interessante visão sobre a reverberação de um fato passado em uma manifestação artística acontecida quatro décadas mais tarde. Além disso, podemos ainda salientar que a arte também se vale da História para manifestar determinados valores. De fato, História e música empreendem uma interessante relação a ser explorada no ambiente escolar.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola