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Atol de Bikini

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O Atol de Bikini pode ser enfocado sob diversos aspectos no ensino.

O Atol de Bikini, localizado no arquipélago das ilhas Marshall, no Oceano Pacífico, foi alvo de testes nucleares entre as décadas de 40 e 50, pelos Estados Unidos. Tais ações fizeram com que esta região ficasse isolada do contato humano durante mais de quatro décadas. Ao fim do século passado, em 1996, o atol foi declarado seguro - relatórios declararam o atol livre de radiações perigosas, deixando seu estado de isolamento.

Uma diferença significante é que, ao contrário do que ocorreu em Hiroshima, o atol havia sido evacuado anteriormente, com o pretexto de que testes científicos para o bem da humanidade seriam feitos naquela região - embora os soldados americanos tenham ficado expostos e com muito pouco conhecimento acerca do que lhes aconteceria. Outra diferença é que a potência desta última era 1000 vezes maior que a de Hiroshima, fazendo com que a temperatura da água subisse a 55 mil graus e surgisse no local uma cratera de 2 Km de diâmetro e 75 metros de profundidade.

Hoje o que se vê é um paraíso de águas azuis que se recuperou – relativamente – das explosões. Ao fundo do mar é possível ver toda uma rica diversidade de espécies que vivem entre os escombros das embarcações que foram mantidas durante as explosões - estas para se avaliar os impactos que eventos desta magnitude poderiam causar em batalhas navais.

Embora não se saiba bem ao certo o que pode ter ocorrido a essas formas de vida – principalmente porque certas áreas só podem ser visitadas por mergulhadores de alta capacidade, experiência, treinamento e, é claro, bastante dinheiro – o que parece a primeira vista é que essa recuperação se deu de forma relativamente rápida devido à ausência da presença humana e à ação das correntes, trazendo formas de vida e limpando os restos radioativos.

Apenas poucos dos nativos conseguiram retornar ao atol. Os que não conseguiram vivem em ilhas vizinhas sob condições precárias – e os que conseguiram retornar, vivem sob várias ressalvas, como a de não poderem se alimentar dos recursos naturais da ilha, devido ao risco de se contaminarem. Houve uma tentativa de volta na década de 70, mas esta foi cancelada devido ao alto índice de radiação ainda remanescente.

Uma aula interdisciplinar, abordando os aspectos sócio-históricos e culturais antes e depois das explosões; aspectos biológicos envolvendo a degradação do ambiente e futura recuperação da biodiversidade e aspectos como mutações e contaminação em massa; aspectos químicos, envolvendo conceitos, estudo e impactos da radioatividade, biossegurança, são necessários, uma vez que, apesar destas explosões em Bikini e Hiroshima, o acidente do Césio ocorrido em Goiânia e o desastre de Chernobyl, o número de usinas nucleares em funcionamento aumentou nestas últimas décadas e ainda existem muitas iniciativas das superpotências na concepção de artefatos nucleares. Projeção de documentários e organização de debates seria uma forma ideal de conciliar as disciplinas de História, Geografia, Biologia e Química neste conteúdo.

Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola

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