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O nascimento da ovelha Dolly representou um marco no que se diz respeito à bioética e biossegurança. A possibilidade de gerar um ou vários indivíduos a partir de um único exemplar levantou polêmicas no mundo, principalmente por levantar a possibilidade de se fazer cópias de seres humanos (clonagem reprodutiva).
A clonagem terapêutica se refere ao desenvolvimento de órgãos para transplante e tratamento de doenças e utiliza-se de células-tronco, retiradas do embrião nos primeiros estágios de desenvolvimento e de alguns tecidos adultos, embora estes possuam menor capacidade de originar certos tipos de tecido.
Este procedimento tem potencial de encerrar o problema de incompatibilidade e rejeição nas doações de órgãos e também auxiliar na recuperação de regiões afetadas por doenças como, por exemplo, os tecidos nervosos dos portadores de Alzheimer.
No Brasil, em 2005, a Embrapa clonou bezerros de uma espécie em risco de extinção. Estes, obtidos de tecidos da orelha, foram utilizados para produção de carne e leite.
Objetivos nobres ou não, a clonagem, inclusive a terapêutica, são questionadas no que diz respeito à ética. Quando a vida começa? Este aglomerado de células que, mais tarde, dará origem a um bebê, tem vida? E a qualidade de vida do transplantado?
Hoje, sabe-se que a pobre ovelha encerrou sua vida sendo portadora de uma doença que acomete com bem mais freqüência as de idade bem mais avançada – o que não era seu caso. Acredita-se que ela possuía uma “idade celular” correspondente ao quanto ela mesma viveu somada à de sua mãe (a dona do núcleo que foi implantado na célula) e, por tal motivo, este resultado. Tal fato nos mostra que ainda há muito o que ser melhorado neste procedimento.
Debater estas questões, inclusive o próprio processo da clonagem, é uma excelente forma de se trabalhar a ética em sala de aula. Este trabalho pode ser feito após ou durante as aulas de genética ou de citologia, uma vez que seus alunos terão mais embasamento e clareza da temática.
Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola