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O trabalho com determinados conceitos da economia contemporânea se postam como um grande desafio ao professor em sala de aula. O bombardeio de notícias nos meios de comunicação, o comentários das pessoas nas ruas e o uso de um vasto número de termos técnicos fazem com que essa pareça ser uma realidade distante para os alunos. De fato, não é nada fácil expor aos alunos a configuração de uma economia tão cheia de nuances e transformações.
Visando romper com esse obstáculo, oferecemos ao professor o trabalho com uma riquíssima tirinha do cartunista Henfil. Por meio desta, pretendemos levantar pontos referentes à configuração atual da economia mundial e os efeitos que a mesma pode causar na atuação das grandes empresas e corporações que se integram a esse complexo sistema de relações. Confira abaixo o material a ser trabalhado:
Em primeiro plano, questione a turma porque razão a personagem “Doutor Ufaldo” se desespera ao ouvir que o dólar havia “caído”. Nesse ponto, contando com a participação dos alunos, exponha que muitas empresas hoje investem seus recursos em moedas que se mostram fortes no mercado financeiro internacional. Portanto, no momento em que ele escuta dizer sobre a “queda do dólar”, o doutor se desespera porque tem suas “reservas” investidas nesta moeda e logo ordena o investimento em outra moeda.
Por um lado, vemos que a decisão de “Ufaldo” em converter suas reservas de “dólar” para “marco alemão” demonstra que o mercado econômico está de tal modo interligado que um investimento pode ser modificado rapidamente. Por outro, o seu desespero em ouvir o simples aviso do faxineiro nos revela a fragilidade desse mesmo mercado, onde qualquer rumor incita o rápido deslocamento dos recursos financeiros.
Para finalizar a análise, observamos que Henfil ironiza a fragilidade do mercado financeiro ao colocar um faxineiro em cena. Afinal de contas, mesmo sem ter a menor noção do que acontecia, pelo simples fato de usar um jargão econômico de forma concreta, o faxineiro desperta o desespero do grande investidor. De tal modo, o cartunista questiona a sustentabilidade de uma economia sensível a qualquer tipo de boataria.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola