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Desenvolvimento embrionário de rãs

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Rã-touro-gigante: espécie bastante estudada em embriologia.

Métodos investigativos devem ser utilizados sempre que possível, em sala de aula, como uma forma de estimular seu aluno a buscar respostas e compreender o mundo que o cerca; e de encerrar a falsa ideia que o conhecimento sempre deve vir pronto, pensado por outras pessoas. É errado acreditar (e, ainda mais, estimular) na ideia de que apenas os acadêmicos, apenas os cientistas, são capazes de descobrir e pensar novas formas de se enxergar o mundo.

Assim, neste artigo, proponho a aplicação destes conceitos a partir da análise do desenvolvimento embrionário de indivíduos da rã-touro-rigante (Lithobates catesbeianus). Anfíbios são excelentes para este tipo de estudo, já que estes episódios ocorrem externamente; o desenvolvimento dos embriões é rápido (nesta espécie, é de aproximadamente 3 dias); consegue-se um grande número de ovos em uma única fecundação; e, no caso desta espécie específica, os oócitos são de tamanho considerável, facilitando a visualização.

Para adquirir tal material de estudo, recomendo que visite um ranário. Provavelmente não terá custos, ou este será relativamente pequeno, e poderá ser dividido entre os alunos. Vale ressaltar que, como esta é uma espécie exótica invasora, e que se alimenta de qualquer animal que caiba em sua boca, é necessário ter muito cuidado quanto ao destino que dará a estes embriões. Sugiro que os deixe fixados em formaldeído a 3,5%, em vidros vazios de maionese, e devolva os remanescentes ao ranário, caso existam. Tal material pode ser útil para estudo de outras séries e turmas futuras, evitando a matança desnecessária de animais.

Aquário (s), microscópios e placas de petri serão necessários, a fim de cuidar, e também de analisar os embriões. Seus alunos devem, em horários pré-agendados, visitar o laboratório, diariamente, para analisar o desenvolvimento dos indivíduos, registrando suas observações.

Quando os girinos já estiverem formados, também poderão acompanhar o processo de desenvolvimento até a forma juvenil (imago) e adulta, atentando para o surgimento das patas e desaparecimento da cauda. Poderão analisar a dieta, dimorfismo sexual, comportamento e fornecer condições específicas para ver a importância de fatores, como dieta, densidade de girinos, temperatura, qualidade da água e fotoperíodo, no desenvolvimento destes indivíduos. Quanto a isso, aconselho que peçam orientações às pessoas do ranário, para ter uma melhor noção de como desenvolver tais questões.

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Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola