Whatsapp

Educomunicação

Imprimir
Texto:
A+
A-

PUBLICIDADE

Do quadro negro para os acontecimentos do mundo
Do quadro negro para os acontecimentos do mundo

Implantada através de aulas de geografia, a educomunicação é a forma de educar através da utilização dos recursos de mídia (câmeras filmadoras, câmeras fotográficas, gravadores de som, computador, etc.), com o objetivo de desenvolver um trabalho coletivo de vídeodocumentários.

Não há o que se falar do sucesso dessas aulas, pois crianças e adolescentes se fascinam com o mundo digital, podendo estender suas técnicas de produção de filmes e edições de imagens, que já fazem muito bem.

A Educomunicação é conceituada como o “método de ensino no qual a comunicação em massa e a mídia em geral são usadas como elemento de educação. É também um campo de convergência entre a educação e outras ciências humanas, que começou a surgir a partir dos anos 70, pela Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo)”.

O grande desafio da educomunicação é fazer os alunos colocarem a mão na massa, produzindo materiais de qualidade sobre os conteúdos abordados. Por exemplo, sobre a degradação ambiental, os alunos improvisam filmagens dos pontos da cidade em que isso acontece, montam os vídeos fazendo as devidas formatações e terminam propondo como gostariam que fosse aquele local, com sugestões que a população pode adotar para a preservação do ambiente.

Através do trabalho desenvolvido pela educomunicação, os professores conseguem resgatar o centro de interesse dos alunos, que antes se mostravam desmotivados diante do processo de aprendizagem, pois saem da mesmice da sala de aula, desenvolvendo um processo dinâmico e prazeroso.

A educomunicação acompanha os fatos do cotidiano, muito além dos livros didáticos. O surgimento da gripe suína, pó exemplo, não está registrado nos livros, mesmo os mais atualizados. Com isso, os estudantes têm a oportunidade de abordarem temas sociais, de forma crítica, utilizando recursos muito mais interessantes e inteligentes do que os utilizados em sala de aula.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Desenvolvem pesquisas sobre diversos assuntos, fazem entrevistas, fotografam, filmam, enfim, registram tudo aquilo que consideram interessante para depois editarem os filmes, montarem jornais, panfletos educativos, fazendo da aprendizagem um recurso para difundir o conhecimento adquirido.

Os temas abordados podem variar de acordo com a disciplina, como: meio ambiente, escassez e desperdício de água, causas indígenas, matemática e física aplicadas no dia a dia, geografia, história, línguas, informática, etc. Com isso, as escolas podem desenvolver um projeto anual, envolvendo todas as disciplinas, com a participação de todas as turmas, a fim de retratar algum assunto importante para a população.

Segundo Ismar de Oliveira Soares, jornalista e doutor em comunicação pela ECA/USP, com pós-doutorado na Marquette University, Estados Unidos, coordenador e fundador do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP), precursor da educomunicação no Brasil, o trabalho docente voltado para as práticas de utilização de recursos da mídia, torna os alunos críticos diante dos fatos sociais e dos meios de comunicação, “transformando o espaço escolar num grande espaço para a produção de rádio, música, revista, jornal, teatro, através de um processo democrático”. Mas é necessário “que os conceitos sejam produzidos de forma coerente com a verdade científica e coerente com os anseios da cidadania, associando-os. Isso é educomunicação”.

Se o grande objetivo da humanidade é salvar o planeta, diante do processo de degradação ambiental a que este vem sofrendo, a educomunicação pode propagar as práticas que favoreçam a consciência coletiva, através de pequenas ações promovidas por crianças e adolescentes.

O sucesso dessa forma de trabalho é tão grande que a USP lançou um projeto para transformar a educomunicação em licenciatura, já a partir de 2010, sendo que o governo da Bahia oferece formação na área, para os professores das redes públicas de ensino da região.

Mãos à obra: luz, câmera, educAÇÃO!

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola