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Um fato se torna indiscutível em se tratando dos verbos: muitos dos alunos somente os concebem como algo passível de decoreba, possivelmente para utilizar tais memorizações em situações avaliativas, não sabendo eles que o uso dessa classe gramatical, tamanha a sua importância, faz-se necessário em “todo tempo e lugar”.
Outro agravante parece demonstrar, também, sua parcela de contribuição, evidenciado pela concepção que os aprendizes possuem acerca do aprendizado das distintas flexões – muitas vezes “chato”. Em face dessa realidade, o professor pode buscar alternativas, no sentido de fazer com que essa ideia “preconcebida” não se torne objeto de estigma – o que prejudica substancialmente a relação de ensino-aprendizagem. Assim, no intuito de fazê-los (os aprendizes) perceber a importância que têm os verbos na construção de nossos discursos, uma boa sugestão é levar para a sala de aula um texto recentemente publicado, cuja modalidade pode ser uma reportagem, um artigo, um editorial, enfim, qualquer outro gênero.
O procedimento é simples: partindo do original, digite uma versão cujos verbos serão extraídos do contexto, demarcados por espaços em branco. Assim, faça várias cópias e entregue-as aos alunos, previamente divididos em duplas ou em grupos de três. Em seguida, oriente-os para que realizem uma leitura global do texto em questão, sem qualquer intervenção acerca das intenções propostas mediante a atividade (mesmo porque a intenção é fazê-los perceber, justamente, a ausência das formas verbais).
Concluído esse passo, o procedimento seguinte é questioná-los acerca da impressão “captada” por meio da leitura. Dessa forma, haverá aqueles que de início se atentarão para a falta do elemento principal (no caso, os verbos), como também haverá outros que não despertarão para o fato, assim tão rapidamente, haja vista que nós, educadores, trabalhamos com uma comunidade heterogênea, obviamente. Aproveitando o impulso das conclusões a que chegaram, eis a seguinte indagação:
A falta dos verbos incidiu de forma negativa na construção do discurso?
O educador, já antevendo a resposta, pode perfeitamente enfatizar acerca da importância dos verbos nas diferentes situações comunicativas que norteiam nossas relações cotidianas. E mais: procurar ao máximo destacar a importância de conhecer as peculiaridades relativas a essa classe gramatical, não por intermédio de meras memorizações, mas mediante esforço e dedicação, com vistas a colocá-las em prática sempre que a situação exigir.
Dando continuidade, que tal sugerir o preenchimento das lacunas, empregando as formas verbais, tendo em vista o contexto comunicativo? Antes de tudo, faz-se necessário acreditar na existência de respostas que poderão não condizer com o padrão formal da linguagem, bem como possíveis incorreções quanto ao tempo e modo, entre demais fatores. Não importa, tudo é uma questão de aprendizado!
Tarefa concluída, é momento de checar os resultados obtidos, promovendo um debate de ideias, por exemplo. Depois de elencados todos os posicionamentos, o educador pode fazer as intervenções necessárias no sentido de fazer com que os educandos aprimorem ainda mais seus conhecimentos acerca daquilo que não foi assim tão bem. Nesse ínterim é essencial levar em consideração alguns aspectos fundamentais, tais como: quando se realizam as ações (tempo); quem as realiza (pessoas); em que plano são materializadas (se no hipotético, se no que já realizou ou que ainda será realizado, enfim, entre outros).
Para finalizar, o professor poderá distribuir uma cópia do original aos grupos, no intento de que possam fazer as comparações necessárias e as percepções indispensáveis.
Vânia Duarte
Graduada em Letras