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As faces do espelho educacional

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As reformas ultimamente no Brasil, se situam em geral no contexto comum das mudanças nas legislações. Vejamos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394 de dezembro de 1996), que permitiu o desenvolvimento de políticas públicas como: o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), os Programas de Avaliação dos Sistemas de Ensino (Educação Básica e Ensino Superior), os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Proposta de Formação (em nível superior) dos Profissionais da Educação Básica (Decreto, nº 3276, de 6 de dezembro de 1999). Essas políticas, além de inserir no panorama educacional um novo enfoque na concepção da formação de professores e da regência em sala de aula do educador , também possibilitam a implantação de novos interesses formadores como o Curso Normal Superior e os Institutos Superiores de Educação; assim como, constituem uma coerência de articulação entre as instituições formadoras e os sistemas de ensino; e demarcam os conhecimentos apreciados como fundamentais para os professores da Educação Básica.
Devemos estar atentos ao “pensar” na profissão de professor, pois o educador deve pensar com a vida, com a vida que viveu e com o olhar no hoje e agora. Um educador deve pensar em sua história de vida global, em todos os seus aspectos, ultrapassando o ponto de vista epistemológico. O educador do século XXI, não é apenas um sujeito epistêmico, mas um sujeito existencial, deve-se caracterizar como um "ser-no-mundo", um sujeito completo, uma pessoa comprometida com sua visão histórica pessoal, familiar, escolar, social, que lhe harmoniza um alicerce de confiança, a partir do qual ele entende e explica as novas situações que o cercam, e estabelece uma nova construção, por meio de suas próprias ações, do prolongamento e conservação de sua história.

Sabemos que os fundamentos do ensino são sociais e os saberes profissionais são plurais, pois são provenientes de diversos setores sociais como a família, escola, igreja, clubes, sindicatos entre outros, e com vivências em diversos tempos sociais, de acordo com a faixa etária,pessoal e profissional . Por causa disso a relação do professor com seus próprios saberes é acompanhada de uma relação social exterior ao trabalho docente. Os saberes profissionais ligados às funções dos professores sãopragmáticos, pois os saberes que servem de base ao ensino estão intensamente conectados tanto ao trabalho educacional quanto à pessoa do trabalhador da educação. São saberes práticos operacionais e normativos, cujo emprego está sujeito à sua adaptação às funções, aos problemas e às situações do trabalho, para alcançar objetivos educacionais dentro de seu valor social. Esses saberes também são interativos, adequados às interações entre o professor e os outros atores educacionais e sociais.

Os saberes profissionais ligados às funções dos professores são adquiridos no tempo social e com o tempo social, um saber-fazer reconstruído em função das mudanças das práticas e de situações de trabalho. Em resumo, os professores devem se ver como "práticos reflexivos" capazes de refletir sobre si mesmos e sobre a sua prática educacional e pedagógica.

Bastante elucidativo e caracteriza bem os saberes educacionais, o filme “O espelho tem duas faces”, onde Rose professora de Literatura Romântica (Barbra Streisand), consegue prender a atenção de seus alunos ao apresentar a realidade do dia-a-dia dentro da sala de aula. E ao se envolver com o professor de matemática Gregory (Jeff Bridges), consegue modificar sua atuação docente tradicional, onde os alunos eram meros receptores desmotivados, em situações inovadoras e participativas.
Referencial: MauriceTardif

Autora: Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

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