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Jardins de infância, viveiros infantis.

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Foi no início do século XVII que surgiram as primeiras preocupações com a educação das crianças pequenas. Jean Jacques Rousseau concentrou a questão da infância na educação, confirmando a necessidade de não mais apreciar a criança como um homem pequeno, mas que ela vive em um mundo próprio cabendo ao adulto compreendê-la. “A infância, tem maneiras de ver, de pensar, de sentir, que lhes são próprias”. Seu ponto de vista de educação junto à natureza, de atividade do aluno, de liberdade, são apreciações que persistem até hoje.

No século XIX destacamos a figura de Friedrich Fröebel reconhecido pela criação dos “Kindergartens” (jardins de infância), nos quais destacava ser importante cultivar as almas infantis e para isso o fundamental era a atividade infantil. De início, Frobel chamou-os de "viveiros infantis" pois considerava as crianças plantinhas tenras que deveriam ser zeladas com carinho. Nos jardins de infância, as crianças eram consideradas como pequenas sementes (que adubadas e expostas a condições favoráveis em seu meio ambiente desabrocham em um clima de amor, simpatia e encorajamento), que estariam livres para aprender sobre si mesmos e sobre o mundo A principal finalidade dos jardins de infância era colocar as crianças em relação com a natureza. Reconhecia-se o poder do professor, mas evidenciava-se muito o acontecimento de o aluno ser o principal autor de seu próprio desenvolvimento.

Os jardins de infância froebelianos,como inovação pedagógica, foram criados no Colégio Menezes Vieira, do Rio de Janeiro (1875), e na Escola Americana, dirigida por protestantes de São Paulo (1877). Ao sugerir a criação do jardim de infância por meio de decreto governamental, Gabriel Prestes promete uma educação mais adequada às crianças pelo imperativo de garantir o ensino intuitivo para caracterizar a escola primária. Porém, de acordo com nossos costumes designou-se como jardim da infância o estabelecimento que se preocupava somente com a educação froebeliana, destacando-se o nome de escola maternal à que educa e presta assistência.

Desde seu surgimento na escola pública, o jardim de infância ganha regulamento de estabelecimento adjunto à escola primária, instituindo assim uma condição de preparo para a escola primária. De acordo com Kishimoto, as escolas maternais criadas nessa época para atender filhos de operários não eram autorizadas a utilizar a metodologia froebeliana. Somente aos jardins de infância, de meio período, era concedido o direito do brincar. Nota-se, então que o brincar fica ligado à classe econômica de seus alunos. Poucos são os espaços para brincadeiras livres. Os horários são rigorosos, atividades uniformes e pouca opção da criança. Fica relegada a segundo plano a socialização através do brincar e se prioriza a escolarização. A prática pedagógica brasileira não fazia associação entre o brincar e o escolarizar.

A revisão curricular em 1980 permite a instalação de Brinquedotecas como instituições que apresentam brinquedos e novos espaços para atividades lúdicas. Torna-se necessário que as instituições de educação infantil priorizem espaços para que cada criança construa seu projeto de brincadeira na companhia de seus companheiros.
Como o Brasil é um pai plural construído por diversas etnias, devemos contemplar as informações que caracterizam a identidade de cada povo, através do lúdico. Devem ser estimuladas as interações crianças-crianças , assim como crianças e adultos por meio das brincadeiras. O brincar desenvolve não só a imaginação das crianças, mas também admite que elas se posicionem como personagens das histórias, das fábulas e dos contos de fada, além de promover a demonstração de idéias. A criança é um sujeito histórico dentro de uma aldeia global (mundo), que sendo autora e narradora de sua história, visualiza esse mesmo mundo através da manifestação de suas idéias.

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Referenciais:Kishimoto, Tizuko Morchida. Jogos Tradicionais Infantis.

Amélia Hamze
Profª da FEB/CETEC
FISO e ISEB