Unesco alerta que faltam 44 milhões de professores no mundo

Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta escassez de professores no mundo
Professora de educação infantil em aula
Índice de abandono de professores da educação infantil aumentou, aponta pesquisa da Unesco.
Crédito: Shutterstock
Imprimir
Texto:
A+
A-

PUBLICIDADE

O mundo está sendo afetado pela escassez de professores. Relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) indica que seria necessário mais de 44 milhões de professores no mundo para sanar demandas educacionais.

As regiões mais afetadas estão na África Subsaariana e no Sul da Ásia. O déficit de educadores na América Latina e no Caribe é de 3,2 milhões. O levantamento da Unesco foi realizado em 79 países de todos os continentes e divulgado em outubro deste ano, mês que se comemora o Dia do Professor. 

Nesse sentido, é necessário a formação de milhões de novos decentes até 2030, que é o prazo para as metas estabelecidas pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).

Uma das alternativas para mudar esse quadro é desenvolver e fortalecer uma jornada de formação com as e os professores, aponta Tatiana Nolasco, presidente da Fundação ArcelorMittal.

“Esse levantamento da Unesco mostra o tamanho do desafio que temos. Não podemos pensar em desenvolvimento sem uma educação abrangente e de qualidade. O professor é o elo para conectar o aluno ao conhecimento."

Tatiana Nolasco, presidente da Fundação ArcelorMittal.

Tatiana Nolasco é uma mulher branca e loira
Tatiana Nolasco, presidente da Fundação ArcelorMittal.
Crédito: Divulgação / Fundação ArcelorMittal. 

O estudo indica que a taxa de abandono dos profissionais que atuam no ensino primário aumentou de 4,62% em 2015 para 9,06% em 2022. Entre as causas, que são específicas de país a país, as principais são: más condições de trabalho, estresse e salários baixos.

Quanto aos salários, o levantamento aponta que apenas metade dos países pesquisados pagam aos professores do ensino básico o mesmo ou mais que outras profissões que exigem o mesmo nível de qualificação. 

Para Tatiana, a contínua desvalorização da profissão de professor está para além da remuneração, mas envolve um conjunto de fatores de viabilidade do exercício da atividade profissional. Nolasco diz que os indicadores, no caso do Brasil, são preocupantes e cita o estudo realizado pela Semesp, em que evidencia a falta de 235 mil professores em menos de 20 anos. 

Nesta terça-feira (14) é comemorado o Dia Nacional da Alfabetização, confira a importância do processo de alfabetização e alguns dados nesta matéria

Leia também: A importância do papel e os desafios dos diretores escolares 

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Medidas para enfrentar a falta de professores no mundo

Como forma de enfrentamento da falta de professores no mundo, a Unesco recomenda as seguintes medidas:

  • Maior investimento na formação inicial e contínua de professores;

  • Programas de mentoria que promovam a colaboração entre professores experientes e novatos;

  • Melhores salários e planos de carreira.

A missão de valorizar o papel do professor é construída, antes de tudo, com investimento no conhecimento desses profissionais que lidam com a necessidade de aprimorar suas abordagens.

"Entender que o professor exerce um papel importante na sociedade e municia-lo de ferramentas para legitimar a educação como o maior ativo para o desenvolvimento do país faz toda a diferença na construção de uma gestão em que há coparticipação na estrutura educacional."

Tatiana Nolasco, presidente da Fundação ArcelorMittal.

Fique por dentro de notícias, premiações e projetos para professores no Canal do Educador do Brasil Escola.

 

Por Lucas Afonso
Jornalista