Por volta de um ano de idade, algumas crianças descobrem que o choro pode ser a melhor forma de conseguir o que quer. Isso é normal, pois antes de aprender as primeiras palavras, esta era a forma pelo qual se comunicava, seja quando estava com frio, com fome, com as fraldas sujas, com calor, com sede, enfim por motivos que a incomodavam.
É interessante que à medida que cresce e vai adquirindo as primeiras palavras, a criança seja valorizada por essa aprendizagem, bem como estimulada a se comunicar através da fala, substituindo o choro.
Existem casos de crianças que não conseguem desenvolver a fala porque as pessoas de sua família identificam suas vontades antes mesmo dela se manifestar. Se a crianças aponta para o filtro já lhe dão o copo com água, se aponta para um brinquedo correm para pegá-lo. Dessa forma, a família não colabora com a aprendizagem da fala, pois é preciso deixá-la se manifestar, sentir desejo, descobrir que existe uma forma de se comunicar além de apontar ou chorar.
Quando a criança percebe que através do choro consegue tudo o que quer vai fazendo com que este se torne constante nas mais variadas situações, até dar birras em supermercados ou shoppings para ganhar um presentinho que queira.
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Os pais não devem ceder, mas mostrar através do diálogo que naquele momento ela não irá ganhar o que quer, até mesmo como forma de impor limites, dando uma explicação, com poucas palavras, dos motivos pelos quais isso não irá acontecer.
É importante que os pais mostrem que não conseguem entender o que ela quer dizer com o choro, mas isso quando tem a certeza de que ela consegue se expressar com palavras. Uma conversa olho no olho é uma ótima forma de mostrar que o choro não está intimidando os pais, fazendo com que cedam às suas vontades.
Aos poucos a criança vai percebendo que as palavras funcionam melhor, que consegue argumentar da mesma forma como seus pais fazem, vai se sentindo segura e tornando-se compreensiva de que nem sempre as coisas ficam como ela quer.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola