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É normal, com a chegada da adolescência, que os jovens não queiram mais participar de passeios com a família, por acharem que isso é coisa de criança.
Todos os dias vemos em praças e shoppings da cidade grupos buscando sua liberdade de expressão, bem como forma de manifestar seus desejos e opiniões, num grupo em que se identifiquem melhor, que tenham a mesma forma de pensar, de agir e de se vestir. São as diferentes “tribos”, como eles mesmos chamam.
Como estão mais independentes e possuem um vínculo mais estabelecido com seus amigos, preferem sair com sua turma para shoppings, cinemas, shows, festinhas, e começam a esquivar-se de passeios juntos, na presença dos pais. Na verdade, não porque não gostem das pessoas de sua família, mas porque esses programas deixaram de ser o centro de interesse para os mesmos, ou para transgredir as normas impostas pela família, o que é extremamente normal.
Segundo o psicoterapeuta Antônio Carlos Amador Pereira, professor da PUC-SP, “nessa fase, sair com os pais remete o filho ao passado de criança. Ele não se encaixa mais nessa imagem. Quer justamente afastar-se do modelo da família, em busca de identificação com o grupo”
Normalmente, os pais ficam aborrecidos com tais atitudes e acabam castigando os filhos desnecessariamente, que ficam tristes e chateados, criando um clima desagradável para todos. O importante é que, através do diálogo, do amor e da amizade, consigam estabelecer limites quanto aos passeios, programando-os e negociando-os antecipadamente. Isso pode acontecer através de pequenas atitudes como a de dizer que se o filho tem uma festa, poderá ir, mas no dia seguinte deverá ir à casa de seus avós com toda a família.
É importante salientar que entrar em conflito com o adolescente, querendo impor demais as regras, poderá sim levá-lo a afastar-se da família, pois essa é uma forma autoritária de educação, onde não se abre espaço para a amizade e o respeito. Além disso, é garantido pela Constituição Brasileira que todo indivíduo tem o direito de ir e vir, dando-nos o direito de escolher. Assim ele irá exercitar-se na sua independência e na possibilidade de tomar atitudes com responsabilidade.
E aos poucos, vão conquistando o mundo, os espaços de liberdade, descobrindo que nem tudo pode ficar como eles querem, mas que existem relações sociais onde a família deve comparecer junta e que há tempo para tudo.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola