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Aprender a Ensinar

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Na escola é comum (depois da realização de algum investimento no sistema de ensino, sobretudo quando financiado com dinheiro público) que se prestem contas na forma de balanço entre o que foi realizado e os resultados obtidos.

Diante de tal contexto, os professores se deparam com o fato de que – além de todos os esforços pessoais, profissionais e burocráticos que devem realizar para colocar em prática os programas de inovação – com a avaliação, recebem o acréscimo de uma pressão que produz maior ansiedade. Tudo isso sem os recursos técnicos e apoio emocional que contribuem para sua satisfação profissional.

Ainda sob a pressão da avaliação, os planejadores, os didatas e os legisladores tendem a enviar às escolas novos programas e materiais (à prova dos professores) que demonstrem os bons resultados das inovações.

Com isso, coloca-se a ênfase nos resultados, deixando de lado os principais problemas vinculados à introdução de uma inovação em educação.

Em uma tentativa de justificar tal processo, podemos crer que existe ainda a ideia de que as atitudes dos professores só se modificam na medida em que os docentes percebem resultados positivos na aprendizagem dos alunos.

Podemos afirmar que para uma mudança de crença e atitude, caberia aos órgãos competentes considerarem o professor como sujeito, cuja atividade profissional o leva a se envolver em situações formais de aprendizagem.

Em pesquisas sobre desenvolvimento profissional docente, foi-nos revelado que quase todos os professores podem aplicar uma informação que seja útil para suas classes, desde que receba formação que inclua quatro fatores: 1. teoria; 2. demonstração da nova estratégia; 3. prática inicial no seminário; 4. retorno imediato.

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Nesse sentido, não basta que uma inovação seja encaminhada à escola sem a devida preparação do profissional docente, pois o que o professor sabe sobre o ensino determina o que o professor faz quando ensina.

Além disso, é provável que os professores mantenham e utilizem estratégias e conceitos novos, caso recebam a formação necessária enquanto estiverem aplicando as novas ideias em suas classes.

A autoestima dos docentes também tem peso significativo em um processo de inovação – professores com alta autoestima podem obter maiores benefícios em suas atividades.

Quanto às práticas e estilos diferenciados dos professores, é provável que estes não deixem afetar suas capacidades ao aprenderem uma atividade que possa ser agregada ao seu desenvolvimento profissional.

Todavia, ao se realizar uma atividade de avaliação para a formação docente, deve-se ter uma atenção especial para reconhecer os efeitos que o processo produz nos próprios professores, em seu ensino e na escola e nos alunos – não apenas nos resultados dos alunos.

Nessa perspectiva, o percurso da formação do professor poderia ser mais bem caracterizado como um processo contínuo de desenvolvimento profissional, que combina a formação básica prévia do desempenho, tal como a que resulta de outras situações formais de aquisição de conhecimento específico, com a construção e reconstrução cotidiana do saber e do agir do profissional, no interior do contexto socializador primário de um professor.

Eliane da Costa Bruini