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É bastante comum encontrar professores reclamando acerca das surpresas advindas do trabalho em sala de aula. Uma aula nunca é igual à outra, mesmo que se aborde o mesmo conteúdo, os mesmos recursos, o mesmo tempo e o mesmo espaço. Ora, ao professor fica a incumbência de uma polivalência que deve ser característica primordial para se trabalhar com essas surpresinhas (desejáveis) no dia a dia escolar.
Planejar bem uma aula é o primeiro passo para o sucesso do trabalho docente, entretanto o próprio planejamento requer um estudo mais amplo daquilo que é ou poderia ser abordado em sala, mesmo que não fosse traçado em plano, é certo que ele frequente a escola para ser educado e, portanto, deve se sentir motivado a se educar.
As diversas abordagens que os alunos trazem de casa, das experiências domésticas ou da comunidade local onde está inserido, são de grande valia para a motivação por parte dos estudos em sala de aula. É importante que o professor permita a interação entre a ideia central da aula e a abordagem “indireta” ocasionada pela vontade de participação do educando. Se o pronunciamento é aceito e bem vindo pelo professor, que se utiliza de uma dinâmica que, mesmo não sendo pertinente aos estudos mencionados, pode gerar uma zona problematizadora e, dessa forma, garantir a participação do aluno.
Para Jerome Bruner, o professor não deve ater-se a recursos de ensino, deve uni-los à sua técnica, pois são apenas auxiliares do recurso mais importante – o próprio professor. Dessa forma, precisa o professor instigar a curiosidade do aluno e envolvê-lo em atividades que o leve a descobrir novas formas de aprendizagem e, contudo, como aplicá-las no seu dia a dia mostrando a função social do que é aprendido na escola.
Muitos educadores, ainda fadados às concepções de ensino que colocam o aluno na passividade, que promovem consciente ou inconscientemente um currículo fechado, aquele que deve ser cumprido; ou a própria escola, não promove a motivação de seus alunos. Em uma aula onde o professor transcreve e repassa conteúdo, fala e fala, não aceita o dedinho levantado do aluno, fica afoito para encerrar o dia e cumprir o plano, torna-se insuportável, aí não há quem aguenta, e a criança passa a não gostar de estudar, ela pensa que estudar é fazer cópias e ouvir um adulto no blá, blá, blá...
Em suma, o professor é a mais preciosa fonte de motivação em sala de aula, recursos audiovisuais, espaço físico, lazer, informática, na própria visão de Bruner, devem apenas somar às habilidades e experiências do professor, que sabe aguçar a curiosidade, que torna “doce” uma aula de matemática, que consegue viajar em lugares nunca vistos presencialmente, através de aulas de história e de geografia, despertando atenção, vontade de aprender, de participar e de frequentar as aulas, qualidades que o educando vê em seu professor e segue como exemplo para a vida inteira.
Por Giuliano Freitas
Graduado em Pedagogia
Equipe Brasil Escola