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O uniforme nas aulas de Educação Física

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O uso do uniforme no ambiente escolar sempre foi motivo de debate: se por um lado ele inibe a competição pelo uso de roupas caras; por outro lado o sujeito é retirado de sua individualidade e apresentado como “mais um” entre muitos alunos. Sem sombra de dúvida, a discussão entre as particularidades do indivíduo e a generalidade do coletivo sempre perpassarão esse assunto.

O resultado dessa discussão nós já conhecemos na prática: todos nós usamos uniformes, quando no período escolar. É interessante abrir um parêntese, já que o uso do uniforme não é restrito ao universo educacional. Certos setores, principalmente o setor vinculado à área da saúde, também costumam se utilizar dos uniformes. Isso porque o uso transmite a impressão de organização e higiene, aspectos adequados aos serviços de saúde.

No que se refere ao setor educacional, o uniforme tem a função de apresentar a noção de equivalência entre os alunos: todos são iguais. É claro que o uso do uniforme sempre acaba ganhando um “toque” pessoal, o que acaba por apresentar uma característica individual perante a coletividade.

Ainda que a participação das aulas costumeiramente dadas em sala, com as crianças sentadas olhando para o quadro, permita o uso de acessórios, as aulas de Educação Física costumam ser mais rigorosas quanto ao uso de uniforme: bermudas, meias, tênis, camisetas, cabelos presos e sem uso de acessórios, como brincos, pulseiras ou colares. Essa exigência não é feita sem motivo: as aulas práticas necessitam de roupas confortáveis que permitam ao aluno a execução de movimentos. Além disso, o uso de acessórios pode fazer com que o aluno se machuque durante a atividade, caso um brinco seja puxado, ou um colar enroscado.

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Um outro motivo, menos técnico e mais cultural, é que o uso do uniforme permite que meninos e meninas se vistam de modo mais adequado nas aulas. Vivemos numa época em que a influência da mídia, em geral, ressalta demais a exposição corporal, de modo que os alunos internalizam esse processo como uma manifestação “natural”. A exposição excessiva do corpo nas aulas de Educação Física distrai a atenção da aula e causa o assédio por parte dos colegas de classe. Portanto, não há nenhum fundamento educacional na exposição do corpo, o que torna o uso de uniforme uma maneira bastante adequada de participação dos alunos nessa disciplina.


Por Paula Rondinelli
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Mestre em Ciências da Motricidade pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP
Doutoranda em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo - USP