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Despertando a noção de valores por meio de uma temática reflexiva

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Eis alguns fragmentos referentes ao texto “Vista Cansada”, de Otto Lara Resende:

Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa ideia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
[...]
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima ideia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer.
[...]
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. (...) Nossos olhos se gastam no dia a dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.


O texto em referência remete-nos a uma questão cotidiana um tanto quanto polêmica. Vivemos hoje em uma sociedade que nos faz reféns de suas exigências. A luta pela sobrevivência, a ideologia mercantilista a qual estamos submetidos, enfim, todos estes pormenores interferem nos relacionamentos interpessoais.

Mas em se tratando da convivência no ambiente escolar, qual é o procedimento do educador frente a esta problemática? Torna-se importante ressaltar que o mesmo não é apenas mero “mediador de conhecimentos transmitidos”, é antes de tudo um parceiro, juntamente com a família, atuante na formação da identidade e da conduta ética e moral de seus educandos.

Em função disso, surge a necessidade de manter-se sempre vigilante de modo a trabalhar constantemente a noção de valores, muitas vezes banalizados, no intento de fortalecer elos, a fim de que possamos colaborar para um mundo mais humano e solidário.

No que se refere aos procedimentos didáticos que visem ao alcance de tais objetivos, figura-se o trabalho baseado em textos reflexivos que priorizem a temática em discussão, promovendo momentos de discussão, nos quais a palavra de ordem é o despertar da essência subjetiva indo ao encontro do despertar para a aquisição de uma consciência crítica e, principalmente, autônoma.

Compondo este quadro, cita-se outros de grande valia, tais como: leituras literárias, dramatizações, debates, seminários, campanhas comunitárias em prol da solidariedade, no caso, promover um bazar beneficente com produtos confeccionados e arrecadados pelos próprios alunos, dentre demais procedimentos.

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Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola