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Acompanhar o dinamismo e as transformações com as quais a sociedade atualmente compartilha, sobretudo no que tange ao desenvolvimento tecnológico, é sem dúvida um passo primordial para as relações como um todo. Desta feita, o presente artigo pauta-se por enfatizar as relações entre o mundo virtual e seus respectivos usuários, mais precisamente crianças e jovens que ainda estão cursando a educação básica.
De tal modo, o “público” imerso nessa categoria é por demais influenciado pelos inúmeros recursos proporcionados por toda a tecnologia vigente e, em razão disso, ressurge a importância de uma tarefa ora delegada tanto aos pais quanto aos educadores. Educadores sim, pelo fato de que suas funções não devem se restringir ao trabalho didático, uma vez que tal procedimento vai muito além, pois são efetivos “mediadores”, concebidos em todos os aspectos.
Tal afirmativa reside no fato de que o aluno é fruto das relações sociais, a começar da própria família. Sendo assim, responsáveis e educadores estão envolvidos cada vez mais nesse processo, no sentido de orientá-los sobre os benefícios oriundos dos recursos já mencionados, mas também alertá-los acerca dos riscos que estes podem proporcionar, implicando em consequências diretas sobre o mundo “real”, como é o caso da interferência na construção da personalidade.
Sabe-se que todas as fases são cercadas por grandes descobertas, embora na adolescência tal objetivo pareça se revelar com maior intensidade. Os jovens procuram incessantemente por uma liberdade que, segundo eles, só é conquistada longe dos olhos daqueles que compartilham de seu cotidiano, resultante da necessidade de se autoafirmar a todo o momento, rumo à conquista da tão sonhada autonomia. É o que nos revela Vanessa Vicentin, especialista em Psicologia escolar e do desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (USP):
“Os jovens começam a esconder alguns assuntos da família e a lutar pelo direito de ter segredos. Eles precisam ter e fazer coisas em espaços fora do núcleo familiar para serem vistos como sujeito com vontade própria.”
Tal busca (a procura da liberdade) pode ter uma estreita relação com a convivência familiar, principalmente se houver resquícios de desconfiança por parte dos pais, materializada pela invasão de privacidade. Nesse ínterim se relacionam os seguintes procedimentos: vasculham os contatos do celular, do e-mail, Orkut, conversas telefônicas, e assim por diante...
Diante do quadro, torna-se de fundamental importância que se crie um ambiente estruturado, com base na confiança, acima de tudo. Assim, quando há esse espaço, o jovem certamente terá o discernimento em distinguir aquilo que melhor lhe convier, e o imediatismo, fenômeno característico dos recursos tecnológicos, não incidirá sobre seu modo de ser e agir.
Por assim dizer, é importante que se reforce o papel do educador rumo a essa conquista, uma vez que faz parte de seu planejamento promover espaços, tais como debates e seminários, no intuito de discutir questões voltadas para a realidade cotidiana.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola