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Quem nunca se deparou com uma criança dando birra em um shopping ou supermercado, querendo ganhar alguma coisa que seus pais lhe negaram? Esta é uma cena comum nos dias de hoje, devido à sociedade consumista em que vivemos.
Desde a primeira infância, a criança precisa apreender os conceitos de se ter limites para que a sua convivência social se estabeleça de forma agradável e saudável.
Porém, o que temos visto, são pequenos reizinhos, tendo tudo o que querem, ganhando presentes a toda hora e sem motivo algum, sendo estimulados a serem grandes consumidores, por receberem influências da própria família bem como da mídia. É uma competitividade sem fim.
Isso acontece devido aos pais trabalharem muito, pois só assim conseguirão manter o padrão de vida elevado e estarem sempre ausentes das vidas de seus filhos, querendo recompensá-los pela ausência, enchendo-lhes de mimos e “presentinhos”. E no lugar de valores que se interiorizam por toda a vida trocam a formação do “ser”, ensinando para os pequenos o poder de “ter”.
Outro grande problema é em relação às escolas, onde os pais vem delegando suas responsabilidades como educadores e formadores do caráter dos seus filhos às professoras, à escola de um modo geral. É claro que a escola tem um papel fundamental na formação do aluno, podendo ajudá-lo a ter uma convivência social mais feliz, proporcionando-lhe oportunidades de boa convivência, mas existem momentos em que a criança não está ali e os pais precisam aprender a tomar atitudes mais determinadas, mostrando aquilo que não se pode fazer ou falar.
Na verdade, quando a criança chora, faz a birra, seus gritos são um pedido de ajuda, de socorro, querendo receber ao invés das caixas de presentes, uma grande porção de amor, paciência, toque de pele, muitos abraços e muitos beijos, alguém que lhes dê atenção, que brinque e converse olhando em seus olhos com muito respeito e carinho. Bom seria se seus pais, ao invés de comprar-lhes presentes, pudessem confeccioná-los juntos, como uma pipa, um tabuleiro de damas, um vai-e-vem, ou mesmo brincar de bola de sabão, amarelinha, jogar bola, passear num parque, caminhar e comer pipoca, olhar e sentir as belezas da natureza. Momentos simples, porém que trazem prazer, atenção, que faz a criança se sentir valorizada e querida.
A criança que recebe limites, sente-se amada, segura, pois aprende que é preciso respeitar o direito e o espaço do outro, da mesma forma que o seu direito e o seu espaço são respeitados. Vai percebendo que no seu meio existem outras necessidades da família e não somente a sua diversão e os seus prazeres e, aos poucos, consegue ter entendimento desses conceitos, ensinados através do diálogo e da amizade.
Dar limites é demonstração de amor, de proteção, porque a vida ganha um espaço delimitado daquilo que se pode e do que não se pode fazer, e o mundo não fica tão solto, tão vazio, tão grande para elas, que são tão pequenas.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola