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O currículo oculto nas escolas serve para reforçar as regras que cercam a natureza e o uso dos conflitos. E estabelece uma rede de suposições que visa determinar regras sobre a conduta dos estudantes.
Esse processo é uma maneira bastante tímida de trabalhar conceitos transversais para a formação global do aluno, uma vez que tais intervenções acontecem, geralmente, sem que estejam deliberadamente sistematizadas ou incluídas nas disciplinas.
Em um currículo oculto, as suposições em sala de aula não podem ser planejadas, pelo próprio fato de serem tácitas e incidentais. Dessa maneira, um tema importante ou um assunto de interesse fica sujeito a um acontecimento para vir à tona.
Em tempo, a escola deve ter condições de constituir a educação por meio de estratégias pedagógicas que visam à capacidade de antecipar ações, de eleger continuamente metas a partir de um quadro de valores historicamente situado, e de se lançar em busca das mesmas. E, nesse sentido, instaurar a democracia e os debates na sala de aula e em toda a escola, para a transformação de uma comunidade democrática.
Sendo assim, os professores devem estar preparados para trabalhar com temáticas em aula. E o coordenador pedagógico, na sua função de formador, é incitado a elucidar o entendimento sobre tais questões.
Conforme revela Perrenoud (2005), “a abordagem a partir do currículo real e da experiência de vida tem consequências enormes quanto ao papel do professor”, pois, “se ensinamos o ‘que somos’, segundo uma fórmula que convém tanto à educação quanto à sociedade, o primeiro recurso da escola seria o grau de cidadania dos professores”.
Dessa forma, o avanço escolar de um currículo pode ser construído com base nos interesses dos alunos e da comunidade escolar e acontecerá por meio do diálogo, da problematização do contexto real e da provocação da consciência crítica dos envolvidos de forma explícita, tanto nas propostas escolares quanto nas práticas em sala de aula.
Eliane da Costa Bruini