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É comum observar que a maioria dos planos alcança um lugar respeitável da instituição: o arquivo.
Existe a ideia de que fazer planos é uma tarefa com valor em si mesma, da qual nada se espera realmente.
Essa ineficácia dos planos é consequência de alguns fatores óbvios, cuja compreensão é simples: em primeiro lugar, a própria existência de um “planejador” pode bloquear a execução do plano. Parece claro que, se há “planejadores”, há “executores” e, depois, “avaliadores”. Como resultado, temos uma pessoa, ou algumas, apontando a direção para todo o grupo. Se o grupo tiver consciência crítica, não aceita tal situação; se tiver consciência ingênua, corre o risco de ser levado pela força ou pelo engodo.
Em segundo lugar, quase como consequência, o fato de se pensar planejamento como uma “fabricação de planos”, limita as preocupações a uma etapa, a da elaboração, e deixa completamente esquecidas as etapas de execução e avaliação.
Depois, não podemos esquecer o formalismo e a burocracia que matam tudo aquilo em que tocam: a velha prática de preencher quadradinhos e formulários, com a ideia de que estamos planejando.
Tudo isso nos leva a crer que, se não seguirmos alguns princípios fundamentais e não utilizarmos técnicas apropriadas à vivência desses princípios, a escrita de planos está fadada a ser uma atividade pouco rentável.
Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida; é organizar a própria ação (de grupo, sobretudo); é implantar “um processo de intervenção na realidade”; é agir racionalmente; é pôr em ação um conjunto de técnicas para racionalizar a ação. Planejar é realizar um conjunto orgânico de ações, proposto para aproximar uma realidade de um ideal; planejar é realizar o que é importante (essencial) e, além disso, sobreviver... se isso for essencial (importante).
Eliane da Costa Bruini