PUBLICIDADE
O chorume, também conhecido como “líquido percolado”, é um líquido malcheiroso e, geralmente, de cor escura, originado de processos de decomposição de resíduos orgânicos. Como sua composição varia de acordo com o tipo de matéria orgânica que o originou, pode causar danos irreparáveis aos seres vivos, principalmente àqueles que vivem ou se alimentam nos lixões. Pode, também, contaminar lençóis freáticos e outros recursos hídricos; ou trazer doenças.
O problema do chorume poderia ser driblado consideravelmente se fossem feitas algumas mudanças na forma com que eliminamos o lixo de nossas casas e escola. Encaminhar aos fabricantes as pilhas e baterias, ao invés de jogá-las no lixo comum; separar resíduos descartáveis, podendo doá-los a cooperativas ou catadores; encaminhar o óleo usado a postos de coleta ou fazer sabão; e praticar a compostagem dos resíduos orgânicos, ou construir minhocários, são algumas medidas que poderiam ser adotadas em nosso dia a dia.
Essas informações podem ser compartilhadas com seus alunos, por exemplo, ao adotar o uso de minhocários que separam o chorume. Além de permitirem a decomposição do lixo orgânico, estes permitem a fabricação de um excelente adubo natural e, ainda, podem produzir um tipo de líquido percolado que serve como fertilizante para plantas, hortas e solo, já que este contém apenas restos de alimentos, e não componentes de pilha ou mesmo fezes, como nos chorumes de lixões, por exemplo.
Este dispositivo é bastante simples de fazer e pode ser adotado em toda a escola, até como forma de demonstrar aos alunos, pais e funcionários que ações sustentáveis nem sempre são difíceis e/ou caras. O húmus e chorume oriundos destes podem ser empregados, por exemplo, na horta da escola, ou mesmo serem vendidos, a fim de complementar a renda da escola, de famílias ou mesmo para organizar visitas orientadas ou festas da instituição.
Para a construção deste, o primeiro passo é adquirir tambores de plástico, ou mesmo cestos de lixo de tamanho grande. Deve ser feito um furo neste, cerca de 5 cm acima da base, acoplando uma torneirinha de filtro em tal local.
Encha o recipiente de britas ou pedaços de tijolo, até o limite da torneirinha. Com uma tela sombrite, isolar esta primeira camada utilizando arame, caso seja necessário.
Após estes procedimentos, seguir os passos explicados no texto “Minhocário”. Como se trata de um projeto maior, o número de minhocas, também, deve ser maior.
Aproximadamente uma semana depois, dependendo da quantidade e tipo de material depositado no minhocário, o chorume já poderá ser retirado da torneirinha.
Tal amostra pode ser utilizada para analisar:
- seu poder de combustão e viabilidade de ser utilizado como biogás, para gerar energia nas termelétricas;
- seus benefícios para as plantas, ao adicioná-lo em uma e deixar outra, de mesma espécie, sem este;
- a resistência das minhocas a ele, dentre outros.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola