A classe de professores é uma das mais prejudicadas, profissionalmente, quanto a alguns problemas de saúde, principalmente no que diz respeito à voz.
A rotina diária de trabalho, de seis a oito horas falando sem parar, pode causar problemas que precisam ser levados em consideração, como calos nas cordas vocais, perda da intensidade da voz, rouquidão, ensurdecimento, cansaço e fadiga, etc.
Na própria graduação, deveriam ser colocados dentro de metodologia de ensino ou em biologia tópicos sobre os problemas de saúde acarretados pelo exercício da profissão, como nas cordas vocais, problemas de coluna e de circulação, alergias e outros, como uma proposta preventiva aos mesmos.
Através de profissionais fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outras especialidades, desenvolver um trabalho preventivo a fim de ajudar no exercício da profissão de forma saudável, evitando maiores problemas no futuro.
Aprender as técnicas vocais adequadas é importante, pois segundo especialistas, uma prática vocal correta não prejudica a voz, pelo contrário, torna os músculos do aparelho vocal mais fortalecidos.
Dentre as reclamações mais comuns, podemos encontrar as de rouquidão, dor na traqueia, garganta raspando, sensação de ter sempre uma bolinha na garganta e falhas na voz.
Além desses, o estresse emocional, causado pelas falhas na voz que prejudicam o rendimento do professor, também é considerado um fator agravante do problema. A pressão em ter que falar, em ter que dar conta do trabalho leva o profissional a ter outros problemas, de ordem psicossomática.
Uma pesquisadora de Campinas/SP desenvolveu um trabalho em algumas escolas públicas e particulares, onde pôde observar que os maiores causadores das patologias na voz são: falar virado para o quadro, aspirando o pó de giz; falta de ventilação adequada, que também gera um aumento da respiração de pó de giz; tentar sobrepor às vozes dos alunos; falar por muitas horas seguidas; etc.
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Esses problemas são de fácil solução, desde que as escolas estejam abertas a investir na saúde dos profissionais. A aquisição de quadros brancos e canetas próprias acabam com o problema do giz; salas menores proporcionam uma acústica melhor; a instalação de sistema de som para o uso de microfones, em salas maiores; fazer pausas para a voz e aumentar a ingestão de líquidos podem ser boas tentativas de melhorar a saúde dos profissionais. Além disso, a escola garantirá que não sofrerá perdas com indenizações futuras.
Fazer exames de rotina, em médicos e fonoaudiólogos, fica por conta do profissional, mas como forma de prevenção dos problemas na voz. Estes poderão orientá-los das condições de trabalho que necessitam, além de passar exercícios que irão melhorar o desempenho e garantir a qualidade da voz, sem outros problemas.
Assim como outras doenças, o diagnóstico precoce poderá ajudar a manter a qualidade da voz, evitando os distúrbios nas mesmas.
Dentre os profissionais que apresentam maiores índices de problemas vocais, os professores só perdem para os cantores, sendo seguidos por atores, políticos e radialistas.
Esses profissionais devem estar ligados nesses problemas, evitando que ao longo do exercício da profissão surjam as chamadas disfonias, ou problemas da voz.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola