Ao longo da história da educação vimos que as práticas autoritárias estiveram presentes por muito tempo.
Os resquícios do militarismo internacional, as políticas na era do nazismo e do fascismo impuseram momentos de terror que não terminaram com a Segunda Guerra Mundial.
As práticas autoritárias, de imposição da ordem que fere o outro, permaneceram às escondidas por vários anos, principalmente no âmbito das instituições de ensino.
O uso da palmatória, a prática de colocar o aluno ajoelhado sobre grãos de milho e feijão e as orelhas de burro são grandes exemplos das práticas autoritárias.
Contudo, com o processo democrático, as conquistas da educação tomaram novas direções. O autoritarismo perdeu espaço para o diálogo, para as práticas docentes voltadas à boa formação do sujeito, para a aquisição de valores éticos e morais, para a construção do exercício da cidadania.
O professor deixou de ser o detentor do saber, o autoritário e poderoso que dava as instruções, que disseminava os conteúdos escolares, passando a ser o mediador do processo de ensino/aprendizagem, levando práticas inovadoras, pautadas na troca de conhecimentos.
Falar em autoestima é coisa da modernidade. Nas décadas anteriores ao período militar os estudantes sofriam as sanções do Estado, da família e da escola, eram tidos como anarquistas, baderneiros, aqueles que se voltavam contra os líderes. Com isso, não eram respeitados em suas ambições enquanto jovens, mas duramente criticados e punidos.
Com as mudanças no modelo educacional, a concepção construtivista e sociointeracionista colocadas em prática nas últimas décadas, a escola passou a ser o local onde o sujeito conquista sua identidade, deixa de ser filho do fulano, mas passa a ser um elemento importante para o grupo.
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Além disso, essas mudanças sociais tornaram as práticas docentes mais produtivas, mais abertas e voltadas para os interesses dos alunos, da comunidade, pondo em prática discussões acerca de temas políticos, problemas da sociedade, meio ambiente, sexualidade, levando o professor a ser o grande instrutor das dinâmicas da sala.
As relações entre professor aluno ficaram abertas, onde cada um expõe as informações que trazem acerca dos temas abordados, fazendo-se do espaço da sala de aula o verdadeiro ambiente da circulação do conhecimento.
O professor não precisa mais gritar pelo silêncio ou castigar os indisciplinados. Pelo contrário, sua prática docente exerce as práticas dos bons valores morais, do respeito ao próximo, dos direitos e deveres a serem cumpridos. Conquista através da amizade e do diálogo um espaço que antes não existia na relação professor aluno, afastando a indisciplina, aproximando do saber.
E nada de pensar que o limite não faz parte desse processo. Pelo contrário, este deixou de aparecer pela lei do mais forte, passando a vir como forma de combinados entre o grupo, como regras a serem cumpridas e respeitadas, perdendo o seu caráter de imposição, que antes fazia os mais críticos não as aceitarem.
Hoje, obtêm-se bons resultados em razão do exercício da liberdade consciente, apontando que esta é a melhor forma de se atingir os objetivos do trabalho pedagógico. Com isso, mobiliza-se o grupo pelo desejo de vencer as etapas e conquistar o sucesso.
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola