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7 Filmes para debater a morte nas aulas de Filosofia

A morte é um tema caro à filosofia. Diversas abordagens podem ser feitas, desde a atomista à existencialista. Sugerimos sete (7) filmes para debater a morte.
Os filmes são excelentes recursos didáticos mesmo para temas difíceis de abordar, como a morte
Os filmes são excelentes recursos didáticos mesmo para temas difíceis de abordar, como a morte
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A morte é um tema caro à filosofia. Diversas abordagens podem ser feitas, desde a atomista à existencialista. Nesse caso, também podemos fazer diversas sugestões de filmes para trabalhar a temática da morte a partir do pensamento filosófico que se pretende trabalhar a partir deles. Neste texto sugerimos filmes para trabalhar a perspectiva da morte em relação ao outro. A noção de ser-para-a-morte de Heidegger, a morte para Epicuro e a imortalidade da alma para Platão são as sugestões para direcionar a análise e os debates.

A morte do outro como interrupção do cotidiano:

O quarto do filho (La stanza del figlio / Diretor: Nanni Moretti, Itália, 2001):

A família do psicanalista Giovanni (interpretado pelo diretor do filme, Nanni Moretti) confronta a inesperada morte de Andrea (Giuseppe Sanfelice) em um acidente de mergulho. De forma sensível, o diretor mostra o efeito da perda para os demais membros – a mãe (Laura Morante), a irmã (Jasmine Trinca) e uma namorada secreta – e o processo de reconstrução que a família precisa enfrentar. A culpa, as relações familiares e a memória, representada pelo quarto vazio, são temas que podem ser trabalhados a partir do eixo central da mortalidade humana.

Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre / Diretor: Pedro Almodóvar, Espanha, 1999):

Descrever um filme do espanhol Almodóvar em poucas linhas é tarefa quase impossível, pela diversidade de temas que ele consegue entrelaçar. A partir da morte do filho jovem ao tentar conseguir o autógrafo de uma atriz de teatro que admira, Manuela (Cecilia Roth) decide dar a notícia ao pai que ele nunca conhecera. Além da morte como ruptura no cotidiano, o diretor apresenta uma personagem travesti que pode proporcionar uma importante discussão sobre sexualidade. Também temos a Irmã Rosa, interpretada por Penélope Cruz, que é portadora do vírus HIV, outro tema pertinente para ser trazido à discussão.

P.S. Eu te amo (P.S. I love you/ Diretor: Richard LaGravenese, EUA, 2007)

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Inspirado em livro homônimo da irlandesa Cecelia Ahern, o filme mostra o enfrentamento da morte de uma pessoa próxima por uma perspectiva bastante singular: Holly, interpretada por Hilary Swank, ao fazer aniversário pouco depois de ficar viúva, recebe em sua casa um vídeo gravado por seu marido antes de morrer no qual ele anuncia que ela receberá novas cartas. Assim, ele é reconduzida de volta à posse da própria vida, que havia perdido por estar imersa no luto.

Elena (Elena/ Diretora: Petra Costa, Brasil, 2012)

Em um documentário de estilo singular, que parece uma grande carta de amor, a diretora Petra Costa investiga uma tragédia pessoal: o suicídio da irmã Elena e o impacto que isso teve em sua própria vida, de forma que suas biografias parecem entrelaçadas. Feito a partir de imagens de arquivo pessoal, com poucos depoimentos e uma trilha sonora tocante, o documentário pode ser um ótimo recurso para se falar também de doenças mentais, como a depressão, a busca de um sentido para a existência e o suicídio.

Ponte para Terabítia (Bridge to Terabitia/ Diretor: Gabor Csupo, EUA, 2007)

A cura (The cure/ Diretor: Peter Rorton, EUA,1995)

Conta comigo (Stand by me/ Diretor: Rob Reiner, EUA, 1986)

Os três filmes fazem uma relação entre a morte, a infância e a amizade. No primeiro, a superação da morte de uma amiga; no segundo, dois amigos partem à procura da cura da Aids; no terceiro, quatro amigos partem em uma aventura em busca do corpo de um menino. O mais importante desses filmes é mostrar o impacto que a morte tem na vida das crianças, que muitas vezes não têm recursos emocionais para enfrentá-la e com a qual se relacionam entre o medo e o fascínio. É possível trabalhar temas paralelos como a relação das crianças e adolescentes com o assassinato e a doença.


Por Wigvan Peireira
Graduado em Filosofia