PUBLICIDADE
É comum atribuirmos valores a outros seres vivos de acordo com a simpatia (ou não) que eles despertam, e importância direta. No entanto, além de ser uma forma preconceituosa de lidarmos com o que temos à nossa volta, é também simplista, já que se baseia em critérios questionáveis que se focam unicamente na nossa espécie.
Os detritívoros e decompositores são alguns que se apresentam como vítimas desse problema. Os detritívoros porque, geralmente, não são cativados pelas pessoas – basta fazer uma enquete, perguntando qual dos dois animais é mais simpático: urubu ou coala; e os decompositores, porque tendem a ser associados a doenças (bactérias), ou mesmo a seres completamente estáticos, de função basicamente decorativa, nos ambientes (fungos). Assim, pouco se fala sobre a sua importância.
O fato é que os detritívoros, como urubus, minhocas, garças e os besouros “rola-bostas”; ao se alimentarem da matéria morta, além de “limparem o ambiente”, impedindo a proliferação demasiada de formigas, moscas, bactérias e demais organismos com grande potencial de provocar doenças, permitem com que os nutrientes ali contidos sejam reaproveitados. Os decompositores ajudam no aceleramento do processo de degradação da matéria morta, inclusive das excretas dos detritívoros e demais organismos, propiciando a reciclagem de nutrientes, que serão utilizados pelas plantas e pelos demais organismos da cadeia alimentar.
Compreendendo esses pontos, provavelmente seus alunos verão tais organismos com novos olhos. A final de contas, sem eles o nosso planeta, em pouco tempo, seria transformado em um amontoado de detritos.
Para que tais conceitos sejam mais bem trabalhados, é mais viável que esse momento seja desenvolvido quando os alunos estiverem estudando as cadeias e teias alimentares. Para finalizar o conteúdo, pode ser interessante montar uma grande cadeia ou teia alimentar, em um generoso pedaço de papel pardo, utilizando recortes e fotografias retiradas da internet; e inserindo informações sobre o organismo ali presente, e seus níveis tróficos naquele contexto.
Por Mariana Araguaia
Bióloga, especialista em Educação Ambiental
Equipe Brasil Escola