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A instalação da República no Brasil

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Conduza seus alunos à pesquisa por meio do depoimento de Júlio de Mesquita Filho.
Conduza seus alunos à pesquisa por meio do depoimento de Júlio de Mesquita Filho.

Ao falarmos sobre a constituição da República no Brasil, devemos ter um grande cuidado para não determinarmos uma impressão equivocada a esse fenômeno histórico. Muitas vezes, caindo em uma velha armadilha da matéria, podemos sugerir a um grupo de alunos que a República estabeleceu um avanço institucional em relação aos antigos parâmetros da Monarquia.

Bem sabemos que a História não tem a mínima vinculação obrigatória com um ideal de progresso. Os contextos históricos diferem entre si em peculiaridades que não podem ser determinadas em uma lógica simples de “avanço” e “retrocesso”. Às vezes, tal premissa parece ser demasiadamente complexa. Entretanto, esse tipo de referencial compreensivo pode ser internalizado gradativamente, desde as séries do ensino fundamental.

Para tanto, é indispensável que o professor de História exercite constantemente a capacidade de análise de seus próprios alunos. No que tange ao assunto abordado inicialmente, recomendamos que o professor trabalhe com um depoimento de Júlio de Mesquita Filho, jornalista brasileiro que vivenciou as agitações políticas da República Brasileira em suas primeiras décadas. Em 1925, Júlio escreveu:

“... a política se orienta não mais pela vontade popular livremente manifesta, mas pelos caprichos de um número limitado de indivíduos sob cuja proteção se acolhem todos quantos pretendem um lugar nas assembleias estaduais e federais”.

Através desse depoimento, o professor pode estabelecer um interessante contraponto do cenário político brasileiro no Império e na República. Mesmo estando sob a égide do regime democrático, Júlio de Mesquita aponta que o regime republicano ainda estava controlado “pelos caprichos de um número limitado de indivíduos”. Dessa forma, apesar da adoção do voto direto, outros mecanismos faziam com que a exclusão política permanecesse vigente.

Para viabilizar um diálogo dos alunos para com o documento, organize uma atividade que busque propor a comprovação dos argumentos apontados pelo jornalista. Para tanto, organize uma pesquisa em que os alunos apontem – seja por meio de uma pequena dissertação ou um quadro-resumo – os elementos que garantiam a exclusão política nos períodos imperial e republicano. Dessa forma, eles mesmos elaboram a compreensão de nossa história política nos períodos trabalhados.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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