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Os valores que marcam um tempo podem ser percebidos nas mais diferentes manifestações. Contando com essa premissa, o professor pode refletir com seus alunos sobre uma questão simples, mas nem por isso menos interessante, com relação à passagem do regime monárquico para a República no Brasil. Para tanto, o professor precisa propor uma pesquisa sobre os imperadores Dom Pedro I e Dom Pedro II.
Nessa pesquisa, o professor deve pedir para que cada aluno encontre de duas a três imagens diferentes de cada um dos imperadores. Em cada uma das figuras, o aluno deve realizar a descrição da imagem que vê ressaltando de que maneira os dois imperadores são retratados em cada um dos exemplos coletados pela turma. Depois disso, peça para que cada aluno responda uma pergunta “banal” referente ao tempo de vida de Dom Pedro I e Dom Pedro II.
Na última questão, os alunos acabam percebendo que nosso último imperador – coroado com apenas quinze anos de idade – teve uma vida mais extensa que a de seu pai. Chegando a esse ponto, podemos partir para uma interessante reflexão sobre os retratos que comumente reverenciam estas ilustres figuras de nossa história nacional. Nesse instante, seria interessante perguntar à turma quais fases da vida de cada um dos nossos imperadores são mais comumente reproduzidas.
Em uma rápida conclusão, os alunos acabam percebendo que, mesmo vivendo tanto tempo, a grande maioria das fotos de Dom Pedro II costumam representá-lo em uma fase avançada de seus dias, quando seus cabelos e barba já estão visivelmente grisalhos. A partir de então, o professor pode fazer uma interessante explanação sobre como Dom Pedro I e Dom Pedro II eram historicamente interpretados durante as primeiras décadas do período republicano.
Com relação a Dom Pedro I, o professor pode destacar que o imperador foi representado como um herói responsável pela consolidação da independência do Brasil. Por isso, os republicanos, que se preocupavam em se firmarem como defensores da nação, colocam o imperador como personagem histórico responsável pela consolidação da nação brasileira. Em contrapartida, a velhice de Dom Pedro II, pode ser vista como uma crítica do movimento republicano ao (também) arcaico regime monárquico.
Dessa maneira, com o uso de imagens, o professor pode claramente demonstrar como as imagens são uma importante fonte de compreensão histórica. Por de trás do “velho Dom Pedro II” e o “jovem Dom Pedro I” correm interesses noções que marcaram a sociedade brasileira dos fins do século XIX e o início do século XX.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola