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Utilizar um fato real, de indivíduos de grande visibilidade na mídia, pode ser uma forma de trabalhar uma temática muito séria sem que se corra o risco deste momento não receber a devida e merecida atenção dos alunos. A possível morte de Jim Morrinson pelo uso de heroína; a de Elis Regina, ligada à overdose de cocaína; a possível causa mortis de Cássia Eller, relacionada ao uso de cocaína e álcool concomitantemente com Plasil; e, mais recentemente, a do astro da música pop, Michael Jackson, podem ser explorados em sala de aula, apontando o perigo do uso indevido de fármacos e drogas em geral.
Michael, que se tornara viciado em analgésicos desde que sofreu graves queimaduras, durante as gravações de um comercial, teria abusado de um fármaco chamado Demerol (ou petidina, ou meperidina), em sua tentativa de reestrear nos palcos, após alguns anos afastado.
Este remédio é da classe dos opioides, ou seja: é uma substância sintética com propriedades semelhantes às dos opiáceos, que são aqueles derivados do ópio. De ação semelhante à da morfina, causa um estado de torpor que afasta o indivíduo da dor e sofrimento, sendo por isso amplamente utilizado em pacientes terminais vítimas de câncer.
Os opioides e opiáceos levam seus usuários à tolerância e dependência de forma rápida, ganhando um papel de destaque do seu dia a dia; apresentando síndrome de abstinência que inclui vômitos, delírios, diarreia, câimbras, dentre outros, e que podem durar até 12 dias.
Como diminui as atividades do sistema nervoso central, conferindo, além de sono e redução da dor, uma redução das atividades respiratórias e cardíacas; altas dosagens destas substâncias podem potencializar estes efeitos, e de forma rápida – sendo por tal motivo a sugestão de que a morte do astro esteja relacionada a este fato.
Assim, apontar estas questões, frisando o perigo de se utilizar remédios sem prescrição médica ou sem seguir rigorosamente o que é sugerido por ele, é uma forma de sensibilizar e evitar que episódios trágicos como este se repitam de forma tão frequente.
Para finalizar, o professor pode citar, ou reproduzir em áudio, o refrão da música de M. Jackson denominada "Morphine", do disco "Blood on the dance floor - HIStory in the Mix", esta que retrata bem o nível de dependência e a importância que, possivelmente, este remédio possuía na vida do cantor.
"Relaxe, isso não irá machucá-lo
Antes que eu injete isso em você
Feche os seus olhos e conte até dez
Não há necessidade de se sentir desencorajado
Feche os olhos e flutue para longe
Demerol, Demerol
Oh, Deus, ele está tomando Demerol
Demerol, Demerol
Oh, Deus, ele está tomando Demerol"
Obs: Quanto à crise de abstinência, o professor pode citar o médico House, do seriado que possui este mesmo nome. Os episódios “Na minha pele” e “Os Dois Lados”, o penúltimo e o último da quinta temporada, relatam bem os sintomas e o nível de dependência do médico à hidroconona: também um opiáceo.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola