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Em razão da maioria das espécies de peixes ter fecundação externa, com machos e fêmeas liberando seus gametas na água, fecundando-os, muito pouco é dito em sala de aula sobre outros modos reprodutivos destes animais.
Uma espécie conhecida por guppy, ou lebiste (Poecilia reticulata), da família dos Poecilídios, bastante conhecida entre os aquariofilistas, é um peixe resistente, colorido e que se reproduz com facilidade. As fêmeas têm período de gestação de aproximadamente 25 dias, podendo dar origem a cem filhotes a cada quatro semanas. Além disso, estas são capazes de armazenar os espermatozóides por aproximadamente oito meses, podendo ter mais de três gestações seguidas sem ajuda direta do macho.
O macho possui cauda maior, coloração mais chamativa e uma estrutura copuladora denominada gonopódio, localizado atrás do poro urogenital. Para reprodução, introduz esta última na região reprodutora da fêmea, fecundando-a. Os ovos são incubados internamente, na mãe, e eles mesmos é que fornecem nutrientes aos embriões.
Assim, diferentemente da maioria dos peixes, o guppy é um animal ovovivíparo, com fecundação interna. Por este motivo, pode ser um curioso objeto de estudo nas aulas de Ciências e Biologia!
Pouco antes dos filhotes nascerem, a fêmea fica com seu abdome inchado e, perto de sua nadadeira anal, aparece uma mancha escura: a “mancha da gravidez”. Nesta época, é importante separar a fêmea dos outros indivíduos do aquário, uma vez que esta espécie pratica o canibalismo; devolver a fêmea, após dar à luz, é essencial, pelo mesmo motivo.
Dentro de dois meses, os lebistes já são capazes de se reproduzir. Eles atingem o tamanho máximo aos seis meses sendo, aproximadamente um ano depois, o período de suas vidas em que estarão mais férteis.
Indivíduos adultos são vorazes predadores de insetos e são, em diversas localidades, utilizados como controladores naturais da proliferação de mosquitos, como o da dengue e malária.
Proposta: considerando as informações dadas, a montagem de um aquário contendo estas espécies permitirá o estudo de temas como: reprodução e desenvolvimento; comportamento animal; anatomia comparativa; ambiente aquático; dimorfismo sexual; qualidade da água; cadeia alimentar, dentre outros, podendo vincular a metodologia científica em todas as atividades.
Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola