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A partir do momento em que nos dispomos a discorrer acerca da produção textual, torna-se inegável a importância de destacarmos suas habilidades. Em função disso, dada a importância do aprimoramento de tais habilidades, sobretudo no tocante à aprendizagem escolar, constata-se que o educador, muitas vezes, prioriza somente esse lado, deixando a desejar outras competências, que também precisam ser aprimoradas.
O que se pretende enfatizar é o fato de que nada adianta se manter familiarizado com todos os requisitos, se o discurso – elemento primordial da modalidade em questão – não estiver prontamente organizado para então se materializar. O resultado, não raro, pode ser catastrófico, pois ao se deparar com o vestibular e demais processos avaliativos, como concursos, por exemplo, o candidato se vê angustiado diante de um tema sobre o qual ele sequer possui ideias e argumentos. E, para piorar, as modalidades mais requisitadas são aquelas voltadas para este aspecto, ou seja, os textos dissertativo-argumentativos. Diante disso, como convencer nosso interlocutor se as ideias não estão baseadas em um posicionamento digno de credibilidade?
Eis aí um fato que motiva o repensar de algumas práticas, por vezes estereotipadas. Para tanto, a importância de capacitar os educandos rumo ao desenvolvimento da argumentação torna-se fator primordial perante a discussão que ora se evidencia. Obviamente que seria onírico obter resultados positivos de uma hora para outra, mesmo porque tal desenvolvimento ocorre tão somente de forma paulatina.
Sendo assim, uma das iniciativas a se tomar é motivar os alunos a desenvolverem a busca constante pelo conhecimento, sobretudo no que diz respeito à informação. E, como sabemos, existem múltiplas formas de adquiri-la, assim como a leitura de bons livros, jornais impressos ou difundidos pelos meios de comunicação, revistas, periódicos, entre outras fontes. Outros recursos metodológicos também se mostram bastante eficazes, tais como o trabalho com os diferentes gêneros orais, sobretudo o seminário e o debate.
Para reforçar ainda mais acerca de sua precisão, vejamos o que tem a nos dizer Cláudio Brazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita Nota 10:
“Comunicar-se em diferentes contextos é questão de inclusão social, e é papel da escola ensinar isso”.
Em consonância com tais posicionamentos, por que não retratarmos os dizeres de Bernard Shneuwly, da Universidade de Genebra, por meio de sua obra Gêneros Orais e escritos na Escola:
“ É isso que permite aos alunos se apropriarem das noções, das técnicas e dos instrumentos necessários ao desenvolvimento de suas capacidades de expressão em situações de comunicação”.
Mediante a prática destes recursos, percebe-se um grande avanço no que se refere ao desenvolvimento da oralidade, principalmente àqueles que apresentam alguns entraves, como a dificuldade de falar em público, por exemplo. À medida que há um espaço para se debater ideias, analisar opiniões distintas, comparar e confrontar posicionamentos diferentes, torna-se possível elencar o poder de argumentação, conferir força à palavra ora proferida. Com isso, longe de quaisquer questionamentos, as conquistas que se pretende alcançar não mais estarão aquém das pretensões de todo educador e, dessa forma, o retorno estará garantido e a aprendizagem concretizada.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola