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Argumentar significa expor ideias, manifestar opiniões, enfim, revelar aquilo que realmente pensamos e acreditamos. Tal premissa, uma vez remetida ao contexto relacionado à sala de aula, parece ganhar ainda mais força quando o trabalho didático se volta para o contato com os diferentes gêneros, os quais retratam como peculiaridade principal o exercício da cidadania.
Dessa forma, tendo em vista que a educação formal visa, entre outros fatores, à formação de cidadãos críticos e conscientes, torna-se necessário que os alunos, a partir do convívio com as diversas circunstâncias comunicativas com as quais cotidianamente compartilhamos, percebam a importância de exercerem este importante papel. A título de nítidos exemplos nos quais se evidencia nossa efetiva participação de tal exercício, convenientemente poderão ser ressaltadas algumas situações, expressas desde o simples ato de ceder lugar a um idoso, o ato de não jogar lixo em vias públicas, até à participação efetiva de uma associação de bairros.
Tornando prática a assertiva em questão, o presente artigo objetiva apresentar algumas sugestões metodológicas que, por conseguinte, trarão benefícios a você, educador (a), no sentido de “colher” bons frutos mediante sua laboriosa caminhada profissional. Como passo inicial, sugere-se a leitura do texto “Exercer a cidadania: afinal, do que estamos falando?”
(http://extra.globo.com/tv-e-lazer/vai-dar-certo/exercer-cidadania-afinal-do-que-estamos-falando-411958.html), sob a autoria de Jael Coaracy.
Realizada a leitura deste, nada melhor que promover um debate, sobretudo deixando uma reflexão com base na última frase do texto em referência, retratada pelos seguintes dizeres: “O fundamental é não tomar o inaceitável como natural”. Como fio condutor da presente discussão, relevante é que o educador enfatize a importância de não nos tornarmos, como bem revela o terceiro parágrafo, “encapsulados” na própria individualidade, ou seja, de não expormos, não tornarmos públicas nossas indignações frente à realidade circundante, pois, aí sim, estaríamos aceitando o inaceitável como algo natural.
Nem precisa dizer o quanto as aulas de Redação tender-se-ão a ficar mais abrangentes, uma vez que após o relato dos argumentos de toda a classe por meio do debate, o “terreno” se mostra bastante fértil para o trabalho com alguns gêneros, tais como o abaixo-assinado, o manifesto e a carta aberta. Mediante uma aula expositiva sobre os traços que os definem, sobretudo seus aspectos estruturais, é chegado o momento de partir para as produções textuais.
Nesse sentido, uma boa dica é separar a sala em grupos e delegar com qual gênero este ou aquele grupo irá trabalhar. Assim, suponhamos que próximo à escola haja a necessidade de implantação de um quebra-molas, no sentido de ampliar a segurança dos pedestres que por ali trafegam. A criação de um abaixo-assinado endereçado ao órgão competente, como por exemplo, a Superintendência Municipal de Trânsito, representa uma boa pedida.
Outro grupo poderá ser autor de uma carta aberta à população, no sentido de manifestar a indignação de todos os participantes acerca da falta de segurança no bairro. Outra sugestão é que essa tenha um destinatário específico, tal como o Secretário de Segurança Pública, no intuito de reivindicar melhorias no tocante a esse aspecto.
Como se observa, o assunto pode ser amplamente aproveitado, posto que além de representar conteúdos importantes no tocante à produção textual, como é o caso do trabalho com os gêneros textuais, ainda possibilita a oportunidade de fazer referência acerca dos valores éticos e morais, que norteiam nossa conduta enquanto seres eminentemente sociais.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola