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No cotidiano de sala de aula, devemos explorar ao máximo dos alunos a capacidade de avaliar, questionar e interpretar documentos. Bem mais que uma habilidade restrita ao âmbito da História, esse tipo de atividade se mostra fundamental para que os estudantes desenvolvam habilidades de compreensão e crítica que os acompanharão pelo resto de suas vidas. Por tal motivo, oferecemos aqui uma nova atividade envolvendo a leitura de documentos e sua consequente interpretação.
Nessa sugestão de atividade, oferecemos um documento referente à Confederação do Equador de 1824, o mais importante conflito do governo do imperador D. Pedro I. No texto, que deve ser oferecido a toda a turma, temos um universo de informações referentes às reivindicações e insatisfações dos participantes da revolta contra a administração imperial. Desse modo, pretendemos, por meio do documento, expor algumas das características e ações do Primeiro Reinado que dão nexo ao documento.
“Brasileiros! Salta aos olhos a [...] perfídia, são patentes os reiterados perjuros do imperador, e está conhecida a nossa ilusão ou engano em adotarmos um sistema de governo defeituoso em sua origem e mais defeituoso ainda em suas partes componentes. As constituições, as leis e todas as instituições humanas são feitas para os povos e não os povos para elas. Eis, pois, brasileiros, tratemos de constituir-nos de um modo análogo às luzes do século em que vivemos [...], desprezemos as instituições oligárquicas, só cabidas na encanecida Europa” – Manifesto dos Revolucionários da Confederação do Equador, 1824
Entre outras questões interessantes, indicamos ao professor que elabore um roteiro de questões que desconstrua as informações do documento. Sob tal aspecto, é de grande valia que ele pergunte quais seriam os “perjuros do imperador” que afetaram os envolvidos naquela situação de conflito. Além disso, sugerimos que ele questione por qual razão os mesmos revoltosos questionam a natureza da constituição daquela época, ali descrita como um documento que subordina o povo que deveria servir.
Por meio dessas questões, esperamos que o aluno não só compreenda as razões e críticas que foram construídas pela Confederação do Equador. Extrapolando seu simples contexto, esperamos que o estudo dessa fonte documental tenha grande valia para que os alunos discutam e reconheçam algumas importantes características de tal período político. Entre outros pontos, o professor tem condições de debater o processo de concepção de nossa primeira constituição e o significado do Poder Moderador.
Por Rainer Sousa
Mestre em História
Equipe Brasil Escola