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Quando o professor de História vai lecionar algum conteúdo relativo à Idade Contemporânea, sabe que terá farto material para levar à sala de aula e trabalhar com os alunos. Quando, porém, os temas das aulas estão relacionados com a Idade Antiga, a preparação das aulas exige um maior esforço didático, haja vista que os alunos terão maior dificuldade para apreender a ambiência, isto é, a atmosfera da época. Lavando isso em conta, este texto tem o propósito de apresentar aos professores uma sugestão de aula sobre a Batalha de Grânico, uma das batalhas empreendidas por Alexandre, o Grande, da Macedônia, contra os persas.
É sabido que Alexandre, o Grande, foi o maior conquistador da Antiguidade e suas batalhas tornaram-se eventos decisivos na história universal. A expansão do império alexandrino em direção à Ásia fez-se por meio de estratégias militares espetaculares, mas também com o custo da vida de milhares de soldados. A principal campanha militar de Alexandre, após ter unificado as cidades-estado gregas, foi contra os persas, inimigos históricos dos gregos.
Do empreendimento militar alexandrino resultaria aquilo que hoje se convenciona denominar de “helenismo” ou “mundo helênico”. Pois bem, o professor de História pode preparar um conjunto de aulas para expor aos seus alunos (de preferência do Ensino Médio) todo o conteúdo relativo à Grécia Antiga, incluindo, obviamente, a fase helenística. Após a exposição dos conteúdos, o professor pode preparar uma aula específica com trechos da obra “Alexandre, o Grande”, do historiador novecentista Johan G. Droysen, considerado a maior autoridade intelectual nesse assunto (foi Droysen que criou a expressão helenismo). Tal obra tem tradução para o português em edição recente.
Os trechos selecionados seriam referentes à Batalha de Grânico, que ocorreu em 334 a.C. e foi a primeira grande batalha que o exército de Alexandre empreendeu contra os persas. Nessa batalha, as ações estratégicas e a crueza da violência tornaram-se patentes. Droysen, em sua obra, narra com maestria cada detalhe. Veja o trecho a seguir:
“A luta se tornava cada vez mais encarniçada. Os persas combatiam com a máxima bravura a fim de vingar a morte de seus príncipes, enquanto colunas sempre mais numerosas de macedônicos atravessavam o rio correndo e vinham entrar o conflito. Nifrates, Petines e Mitrobuzanes buscaram em vão resistir. Farnácio, cunhado de Dario, e Arbupales, neto de Xérxes, esforçaram-se para manter as tropas, que começavam a fugir, mas também eles logo eram cadáveres.” [1]
O professor pode servir-se desse e de outros trechos que descrevem a referida batalha para dar aos alunos a sensação de crueza que a guerra representou. Desse modo, é possível que os estudantes interessem-se mais pelo conteúdo, haja vista que a história é sobretudo narrativa.
NOTAS
[1] DROYSEN, J. G. Alexandre, O Grande. Contraponto: Rio de Janeiro, 2010. p. 137.
Por Me. Cláudio Fernandes