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Alguns fatos ocorridos envolvendo a disciplina de Matemática despertam a curiosidade dos profissionais responsáveis por transmitir os conteúdos de forma clara e objetiva. É notório identificarmos alunos com problemas relacionados às operações básicas, errando cálculos considerados muito fáceis, mas na prática esse mesmo aluno não demonstra dificuldade na conferência de um troco ou na comparação de uma quantia com o preço de um produto. Essas questões adversas são explicadas devido ao fato de o aluno ser ótimo em cálculo mental, mas tem seu desempenho prejudicado nas contas realizadas no papel em razão das propriedades e regras exigidas pela Matemática na resolução de cálculos escritos, as quais muitos alunos não entendem o desenvolvimento.
Não devemos obrigar o aluno a escolher uma das formas de realizar os cálculos, precisamos aproveitar sua particularidade e mostrar as várias opções de promover uma operação matemática. Um cálculo pode ser resolvido de várias maneiras, por exemplo: uso de calculadoras, estimativa de resultados em referências, cálculo escrito e cálculo mental. Cotidianamente os mais utilizados são o mental e as estimativas de resultados.
O cálculo mental é considerado por muitos uma forma errada de processar valores, mas o que se tem de concreto no mental é a sua utilização para a realização de estimativas. Essa habilidade desenvolvida pela criança está ligada ao convívio com adultos, que são grandes utilizadores da mente nos cálculos diários, as quais assimilam as técnicas colocadas em prática. A escola precisa orientar seus profissionais a trabalharem voltados para esse tipo de habilidade, conseguindo demonstrar para a criança que as várias formas de calcular são importantes e possuem relações importantes e que o cálculo mental será seguro se algumas operações simples forem conhecidas, como o dobro, o triplo, o quádruplo, a metade, a terça parte, adições, subtrações, multiplicações e divisões.
O raciocínio mental às vezes parece desorganizado, mas vamos apresentar situações capazes de organizar os cálculos, mostrando que, mesmo utilizando uma operação entre números através do cálculo pensado, estamos utilizando as propriedades das operações básicas. Veja exemplo:
Ao somarmos 98 + 26, devemos pensar na seguinte forma, 100 + 26 = 126 – 2 = 124 (propriedade associativa da adição). Observe que arredondamos o 98 para 100 e somamos com 26, mas no final subtraímos o resultado pelo mesmo valor que utilizamos para realizar o arredondamento, isto é, 2 unidades.
O aluno que traz consigo a habilidade do cálculo mental se torna uma pessoa eficiente e eficaz na resolução de situações problemas. Mas isso não é motivo para deixar de lado os cálculos envolvendo algoritmos (escritos), pois devemos considerar os dois procedimentos essenciais para o desenvolvimento educacional do estudante.
Por Marcos Noé
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola