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Quem nunca se frustrou ao preparar uma aula dialogada, que buscasse a participação e o diálogo com os alunos e estes se mantiveram calados? Pois bem, querendo ou não, os conteúdos matemáticos são vistos, pela maioria dos alunos, como algo aterrorizante, uma vez que são tantos conceitos e procedimentos que o erro acaba sendo inevitável, intimidando-os à participação.
Nas salas de aula, na prática, é possível constatar como os alunos respondem às metodologias usadas e, assim, percebe-se que os alunos temem o erro – não pelo que ele possa vir a acarretar como “nota”, mas sim por medo de serem ridicularizados pelos amigos.
Esta concepção do erro deve ser mudada. Muitos professores/pesquisadores estudam a importância do erro na formação do aluno, afirmando que o erro pode proporcionar uma aprendizagem significativa. Com isso, é preciso inserir na prática docente a valorização do erro, possibilitando uma menor intimidação por parte dos alunos e possibilitando, assim, um diagnóstico de quais seriam seus déficits.
Dessa forma, é preciso refletir sobre o seguinte ponto: como analisar estes erros sem que isto ocasione constrangimento no aluno.
Uma estratégia interessante que pode ser usada é a seleção dos erros recorrentes destes alunos, com a posterior exposição de tal seleção a eles, de modo que possam analisá-la, identificando os pontos em que existiram erros.
Um exemplo clássico que ocorre nas aulas de álgebra: a interpretação errônea de que a soma de 2x+2x é igual a 2x².
Acredite ou não, este é um erro bem recorrente a alunos de 7ºs e 8ºs anos. Então, exiba esta igualdade, esperando que algum aluno se manifeste quanto ao tipo de erro cometido. Caso isso não ocorra, direcione uma pergunta à turma de modo que eles percebam se a igualdade está correta ou errada.
Sendo assim, por meio deste diálogo, é possível conduzir a aula de modo que os próprios alunos digam qual é o erro conceitual, ou procedimental. Percebe-se que o aluno, identificando o seu erro, sabendo como errou e como deveria ter feito, sem que seja por meio de uma caneta vermelha esboçando os cálculos corretos em sua prova, entende o erro de forma significativa, pois este deixa de ter o caráter meramente avaliativo e constitui uma ferramenta de aprendizagem.
Uma outra atividade interessante para analisar os erros cometidos em uma atividade ou avaliação é a construção de uma atividade lúdica, na qual os estudantes analisarão diversos erros, sendo que os grupos precisam identificar qual foi o erro cometido e como os cálculos deveriam ter sido resolvidos.
Por Gabriel Alessandro de Oliveira
Graduado em Matemática
Equipe Brasil Escola