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Comparando as religiões da Antiguidade Oriental

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Zoroastro e Rei Davi: personagens centrais de duas religiões da Antiguidade Oriental.

Quando os alunos passam a estudar as civilizações que integraram a Antiguidade Oriental, observamos uma relativa dificuldade no que se refere à compreensão do contato estabelecido entre os diferentes povos que conviveram nessa mesma época. O estudo de cada um dos povos que surgem nesse período acaba muitas vezes de forma involuntária, dando ao aluno uma impressão de que cada cultura desenvolvida nesse tempo viveu de forma completamente isolada.

Para que esse tipo de problema possa ser superado, podemos tentar estabelecer algum tipo de diálogo que empreenda de forma mais clara a interpenetração cultural experimentada nesse período. Dentre as manifestações que podem viabilizar esse tipo de proposta, sugerimos um trabalho específico em que o professor analise comparativamente a cultura religiosa desenvolvida nas civilizações persa e hebraica.

Sendo uma sugestão bastante simples, indicamos que o professor elabore um questionário comum para a análise do Zoroastrismo e do Judaísmo. Por meio da pesquisa e resposta sobre informações básicas de cada uma dessas religiões, os alunos podem coletar informações de grande valor. Em suma, o questionário único serve para a montagem de um esquema geral onde seja possível se vislumbrar os diversos pontos em comum entre essas duas formas de experiência religiosa.

O monoteísmo, a presença de divindades maniqueístas, a espera por um salvador, a crença no fim dos tempos podem ser alguns dos aspectos que mostrem à turma as “coincidências” partilhadas pelo Zoroastrismo e o Judaísmo. Por meio dessa constatação, sugerimos algum tipo de intercâmbio entre essas culturas que permitiu esse tipo de configuração religiosa semelhante. Como prova desse contato, podemos assinalar o tempo em que os persas retiraram os hebreus de seu cativeiro na Babilônia.

Logicamente, o professor não pode simplesmente dizer que os alunos estejam tratando de religiões análogas. Sendo partes integrantes da cultura e da História de povos distintos, devemos deixar claro que a presença destas similitudes mais gerais não abarca toda a História e os possíveis contrastes de cada uma dessas crenças. Sendo um processo de origem essencialmente histórica, a trajetória destas religiões estudadas é marcada por diferenças que não podem colocá-las no mesmo patamar.

Com isso, os alunos podem compreender que os povos da Antiguidade não podem ser vistos em estanque. O contato e a influência das civilizações desse período devem ser explorados ao máximo, caso queiramos deixar claro aos alunos que os povos orientais não viviam de forma isolada e, muito menos, foram responsáveis pela criação de algum tipo de religião autônoma.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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